A comunidade portuguesa na Venezuela precisa de mais apoio de Portugal, lembrou hoje Paulo Neves na Assembleia da República. O deputado madeirense falava na audição ao ministro dos Negócios Estrangeiros, justamente para abordar o plano de contingência do governo português perante o acentuar da crise em Caracas.
Após uma longa reunião à porta fechada, o social-democrata mostrou-se mais confiante. No entanto, Paulo Neves deixou alguns alertas e sugestões. Considera o deputado do PSD que a comunidade precisa de mais apoio directo e sugere mesmo ajuda financeira que chegue aos clubes, às instituições de beneficência e às casas das comunidades.
“A prioridade do PSD é aumentar o apoio à nossa comunidade”, disse Paulo Neves, ao DIÁRIO, esta tarde.
O parlamentar madeirense pediu também mais celeridade do governo português na área do medicamento. Acredita que é possível maior rapidez com uma acção consertada que envolva o Infarmed ou o Ministério da Saúde e seu correspondente na Venezuela.
Celeridade é também o que o PSD pede na emissão de documentação portuguesa, nomeadamente nos passaportes. Paulo Neves recorda que esses documentos “demoram muito tempo”, conforme informação que lhe tem chegado da parte de emigrantes madeirenses.
A outro nível, Paulo Neves pediu um reforço do pessoal técnico nos consulados e na embaixada na área social. A esse repto o ministro respondeu com o anúncio de mais um adido para as questões sociais na embaixada, mas o deputado considera que é preciso um reforço ainda maior.
“Também pedi ao Governo que não admita uma possível interrupção dos voos da TAP”, adverte Paulo Neves, lembrando a importância do serviço público da companhia para a comunidade na Venezuela.
Depois da audição com o ministro, os deputados da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas participaram ainda numa reunião, via skipe, com o embaixador português em Caracas.