O Governo espera que não seja necessário ativar o plano de contingência para os portugueses na Venezuela, afirmou hoje o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que apelou a um entendimento entre as forças políticas para ultrapassar a crise.
"O Estado português e o Governo português têm um plano de contingência para um conjunto de países, e que é do conhecimento do parlamento", que pode ser executado "em circunstâncias de grave crise, que obriguem à evacuação e proteção consular de caráter especial", referiu hoje aos jornalistas José Luís Carneiro, à margem da sessão de abertura da reunião do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, que decorre até sexta-feira em Lisboa.
"O que desejamos é que esse cenário se não coloque, embora o Estado português tenha de estar preparado, como esteve no passado, quando ocorreram crises na Guiné, na Líbia, para procurar dar resposta às necessidades que venham a ser colocadas", acrescentou.
Carneiro defendeu que o desejável é que "as forças políticas venezuelanas encontrem um ponto de entendimento capaz de viabilizar um país que tem grandes potencialidades económicas e onde a comunidade portuguesa se encontra muito enraizada desde há várias gerações".
O governante destacou a importância dos portugueses e lusodescendentes naquele país: "A comunidade portuguesa na Venezuela é uma comunidade essencial ao investimento, à economia, à dinamização do próprio país e deve, por isso mesmo, ser uma comunidade que tenha as condições de segurança devidamente salvaguardadas".
O Governo português já aumentou os meios consulares naquele país, em particular no apoio social, que "muito em breve" será novamente reforçado, e a segurança nos postos consulares também foi revista, adiantou Carneiro.
O Governo está a acompanhar a atual crise económica, política e social na Venezuela a nível interministerial, um trabalho que está a ser conduzido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva.
Na semana passada, o chefe da diplomacia portuguesa insistiu que Portugal tem um plano de contingência para a comunidade portuguesa na Venezuela, em caso de agravamento da situação no país.
"À luz da lei portuguesa, dispomos sempre de planos de contingência, também procurando responder a eventuais problemas que ocorram, e esses planos de contingência existem em relação a todas as regiões onde se localizam comunidades portuguesas", referiu Santos Silva.