O atentado terrorista registado esta quarta-feira em Londres, junto ao Parlamento britânico, voltou a “mergulhar” a cidade num autêntico estado de sítio. Várias centenas de agentes policiais e de elementos de corpos militares, incluindo forças especiais, foram destacados para as ruas da cidade, onde também se encontram muitas dezenas de profissionais ligados ao socorro.
O ataque deixou os habitantes da cidade e zona periféricas, onde se encontra radicado um grande número de madeirenses, num estado de grande ansiedade. Na zona de Westminster, epicentro do ataque, «está tudo fechado», segundo relatou ao JM a madeirense Isabel Alexandre, funchalense natural de São Pedro que reside a cerca de 20 minutos da zona do sucedido.
Pelo menos quatro pessoas morreram e 20 outras resultaram feridas num incidente que a polícia está a tratar como um ato de terrorismo.
O comércio ou estabelecimentos com outros fins na área foram prontamente encerrados logo após o sucedido, tendo a madeirense sido obrigada a ir buscar o filho mais cedo à escola de música, a qual frequenta como atividade extracurricular.
«Avisaram para só ligar para ambulâncias mesmo em caso de emergência», relatou ainda a nossa interlocutora, dando conta dos avisos que as autoridades começaram a emitir pelos meios de comunicação de forma a assegurar a ordem pública e a prontidão dos meios de socorro.
Gonçalo Pacheco, paramédico na London Ambulance Service NHS Trust, foi destacado para o terreno logo após o alerta dando conta da existência de vítimas. O jovem madeirense, que foi voluntário da Cruz Vermelha Portuguesa - Madeira, até há cerca de dois anos, encontra-se desde 2015 na capital britânica.
Ao JM, durante um intervalo de descanso entre a azáfama que os serviços de socorro a que tem dado resposta, o jovem descreveu um ambiente ainda muito tenso entre pelas ruas da cidade, onde em vários locais foram montados postos de socorro e destacados elementos policiais e militares.
A trabalhar na receção de uma empresa de turismo, localizada no centro de Londres, a madeirense Joana Soares soube do que se estava a passar através de uma chamada de um colega de trabalho, que circulava nas ruas da capital britânica, a transportar turistas.
A partir daí, a apreensão aumentou e a tragédia começou a ser transmitida na comunicação social. «As imagens mostravam pessoas no chão feridas e ensanguentadas», disse-nos a jovem madeirense que, assustada e tomando conhecimento da gravidade da situação, tentou sair o quanto antes do local e deslocar-se para casa.
Entre as várias fotografias registou pelo percurso de regresso a casa, foi notório o trânsito e a afluência de pessoas a tentar escapar à confusão. A grande maioria procurava deslocar-se a pé, uma vez que das autoridades recebiam o alerta para que as pessoas não utilizassem o metro.
«Muitas pessoas ficaram curiosas a olhar para a ponte de Westminster para ver o que se está a passar», relatou ainda Joana Soares, acrescentando que andar de autocarro, naquele tráfego, era tarefa praticamente impossível.
Como é hábito neste tipo de situações, as redes de sociais, nomeadamente o Facebook, disponibiliza uma ferramenta que permite aos seus utilizadores informar amigos e outros contatos que se encontram em sãos e salvos. Foi desta forma que durante a tarde de ontem muitos madeirenses avisaram, até familiares, que se encontravam em segurança após o atentado.