O presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, acusa a TAP de “gozar” com os madeirenses, devido aos preços praticados nas ligações entre o Funchal e Lisboa.

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As queixas da Madeira em relação aos valores das passagens aéreas para voos domésticos (Porto e Lisboa) com partida no Funchal há muito que se ouvem, mas subiram de tom nas últimas semanas a reboque de uma entrevista que o presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, Jorge Ponce de Leão, deu ao Jornal de Negócios, em que acusa a TAP e a EasyJet de “cartelizarem a oferta”.

Afirmações, entretanto amaciadas, mas que Albuquerque considera “muito graves”, principalmente tendo em conta quem as disse. ”Se as proferiu, fê-lo estando na posse de elementos que assim o permitem afirmar”, notou o líder do executivo madeirense ao PÚBLICO, instando as entidades reguladoras a investigar.

Mas, com ou sem cartelização, as críticas à TAP não esmorecem. Há duas semanas, o vice-presidente da companhia de bandeira esteve no parlamento madeirense a ser ouvido na Comissão de Economia, Finanças e Turismo, a propósito das propostas de alteração ao Subsídio Social de Mobilidade. Ricardo Lo Presti negou a existência de cartelização, mas foi taxativo em relação à política de preços. A TAP, disse aos deputados, foi parcialmente privatizada, como tal não tem obrigações de serviço público.

“Estas afirmações não constituem qualquer novidade, na medida em que resultam de uma realidade que remonta ao ano de 2008, altura em que se avançou para a liberalização do espaço aéreo”, diz Albuquerque, vincando que o problema é outro.

“São os preços altíssimos e absurdos que a TAP continua a praticar na linha Continente-Madeira, ou seja, num percurso de cerca de 970km, dentro de território nacional”, argumenta, dizendo que os madeirenses estão cansados dos preços “altíssimos e inqualificáveis” que a companhia apresenta.

Para contrariar esses valores, semelhantes aos praticados pela EasyJet, o executivo está desenvolver esforços para atrair uma terceira companhia para rota Madeira-continente, a exemplo do que acontece nos Açores, onde os voos nacionais são assegurados pela Ryanair, Sata e TAP.

“A entrada de um terceiro operador, na rota Madeira – Portugal continental, é um objetivo do Governo Regional e o empenho é total nesta concretização. Temos vindo a manter conversações frequentes com a administração da ANA, no sentido de fazer valer os argumentos que justificam essa necessidade”, garante Albuquerque, acreditando que o aumento da oferta de lugares irá reflectir-se numa baixa de preços.

in Público