O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou hoje que a Região conseguiu amortizar mais de mil milhões de euros da sua dívida pública, sublinhando que esta é inferior à registada a nível nacional.
“Neste momento já amortizámos, desde a intervenção [Programa de Ajustamento Económico e Financeiro da Madeira] 1.013 milhões de euros da dívida regional”, disse o governante madeirense, numa conferência promovida por duas sociedades de advogados, subordinada ao tema “Orçamento de Estado 2017 e a nova tributação do património”.
Miguel Albuquerque argumentou que agora “ninguém fala em Lisboa que a Madeira é a grande devedora, porque a Região tem uma ratio de dívida pública inferior à nacional”, apontando que a dívida do país é de 133% do PIB (Produto Interno Bruto) e a do arquipélago se situa em 111%.
Em dezembro de 2012, na sequência do apuramento de uma dívida pública avaliada em 6,3 mil milhões de euros, o Governo Regional da Madeira, liderado pelo social-democrata Alberto João Jardim, assinou com a República um plano de resgate.
Miguel Albuquerque considerou que a Madeira “está muito condicionada com o que se passa a nível nacional”.
“Nós, neste momento, temos um problema no nosso país: é que estamos num panelão que não funciona”, ironizou o governante insular, contando aos presentes uma anedota sobre um homicida que morre e tem de escolher entre ir para inferno socialista ou capitalista.
O responsável explicou que nesta anedota, o indivíduo vê um “panelão socialista” com muita gente, em fila, à espera, enquanto o capitalista não tinha ninguém.
Quando questionou sobre a grande adesão, responderam-lhe que “no inferno socialista, normalmente, os diabos estão em greve, o caldeirão está hipotecado, não há fósforos e, às quintas-feiras, ninguém sabe o que é que vai acontecer. Portanto, o panelão nunca está funcional”.
Miguel Albuquerque apontou ainda que a Madeira está a fazer “um percurso de boa administração das finanças publicas”, o que é essencial para ser uma “região desenvolvida, com credibilidade e inspire confiança junto das instituições nacionais e internacionais”.
Também mencionou a importância do turismo, vincando ser “o setor com maior impacto na economia regional”, e realçou que o setor “vai fechar 2016 com 7,2 milhões de dormidas”, o que significa o “melhor ano de sempre”, tendo repercussões diretas e indiretas nos restantes setores regionais.
Segundo o chefe do executivo regional, a recuperação económica da Madeira “já é visível”, dando como exemplo o setor do imobiliário, que regista um crescimento de 36%.
Realçou ainda a importância, entre outros, do Centro Internacional de Negócios, do Registo Internacional de Navios, da aquacultura e da tecnologia.
Albuquerque opinou que “o país não tem capacidade para captar investimento”, estando há cerca de duas décadas sem crescimento económico”.
Sublinhou também que “a opção para Portugal é a captação de investimento externo”, o que passa por tornar-se atrativo em termos fiscais.
“O problema da nossa credibilidade é simples: nós não temos estabilidade legislativa no sistema para introduzir fatores de previsibilidade, que são essenciais para captar investimento externo”, vincou.