O futuro secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou ontem que gostaria de ver o português tornar-se uma das línguas oficiais desta organização, mas referiu que essas decisões competem à Assembleia-Geral da ONU.
António Guterres assumiu esta posição em declarações jornalistas, à margem da XI conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília, no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Questionado sobre que papel terá a língua portuguesa quando for secretário-geral da ONU, António Guterres respondeu: “Eu suponho que essa não é uma questão do secretário-geral, é uma questão da CPLP, dos países de língua portuguesa. Sei que existe essa aspiração, e essa é uma aspiração muito importante”.
“Naturalmente que eu próprio gostaria muito de ver isso concretizar-se, mas essas são decisões da Assembleia-Geral das Nações Unidas. E uma vez mais digo: ainda não sou secretário-geral das Nações Unidas”, acrescentou.
Atualmente, a ONU tem seis línguas oficiais: o castelhano, o inglês, o mandarim, o russo, o francês e o árabe.
Sobre a reforma das Nações Unidas, Guterres repetiu o que tinha dito em abril na sua audição perante a Assembleia Geral da ONU, citando o antigo secretário-geral desta organização Kofi Annan.
“Não haverá uma reforma das Nações Unidas completa enquanto o Conselho de Segurança, ele próprio, não se reformar”.
No seu entender, “o papel do secretário-geral deve ser o de procurar facilitar o diálogo para que seja possível avançar num domínio que se tem verificado tão difícil nos últimos tempos”.