A visita presidencial à Suíça continua hoje, em Berna, com empresas e centros de investigação na agenda. No segundo dia da visita oficial à Suíça, Marcelo Rebelo de Sousa, juntamente com a comitiva, encontrou-se com o seu homólogo, Johann N. Schneider-Amman, Presidente da Confederação Suíça.
A manhã ficou marcada pela visita a um campus de biotecnologia, com destaque para um projeto relacionado com o cérebro humano.
Durante esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa conheceu vários laboratórios deste campus tecnológico e falou com investigadores, alguns deles portugueses.
“Eu saio muito feliz, porque eu passo a vida a defender consensos, acordos, e aparentemente os especialistas do cérebro dão-me razão”, declarou o Presidente da República.
“Já imaginou o que é consenso entre biliões de neurónios? Se é possível esse consenso, há de ser possível o consenso entre meia dúzia de partidos”, considerou, traçando um paralelo entre os comportamentos na sociedade e o funcionamento do cérebro.
Já esta tarde, no parlamento suíço, em Berna, Johann N. Schneider-Amman fez questão de elogiar os emigrantes portugueses na Suíça, afirmando que são “altamente qualificados”, como médicos, engenheiros, IT, cientistas aeroespaciais, etc.
“Tudo isto é fruto das excelentes universidades portuguesas, das melhores do mundo”, realçou, dando ênfase ao facto da Web Summit, conferência mundial de empreendedorismo e inovação, ter escolhido Lisboa para acolher a edição deste ano, que decorre de 7 a 10 de novembro.
Também a Suíça tem um bom sistema educativo, nomeadamente com através do vocational training. Amanhã a comitiva vai visitar a empresa Rondo SA, em Burgdorf, por ser um exemplo nessa área.
“A partir dos 15 anos os alunos das escolas Suíças podem aprender uma profissão no próprio local de trabalho, isto é, 4 a 5 vezes por semana têm trabalho prático, por exemplo numa fábrica, e um ou dois dias vão à escola. 70% dos Suíços opta por esta via e apenas 20% é que seguem diretamente para a faculdade”, refere a Presidência da República.
Isto permite à Suíça ter profissionais altamente qualificados, assim como formar pessoas conforme as necessidades do mercado de trabalho, isto é, para os postos de trabalho existentes, não existindo excedente de mão-de-obra numa área específica.
A tarde ficou ainda marcada pelo momento em que Marcelo Rebelo de Sousa furou o rigoroso protocolo suíço e dirgiu-se aos emigrantes portugueses para cumprimentá-los. Já no parlamento, lembrou (em três línguas diferentes: alemão, francês e italiano) as boas relações existentes desde o século XIX entre Portugal e a Suíça e frisou o objetivo da visita: intensificar ainda mais as boas e estreitas relações que existem entre os dois países, especialmente a nível humano e económico.