O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reconhece que há “obstáculos” ao voto dos emigrantes, mas defende que estes se recenseiem atempadamente para poderem exercer o direito de voto.

 

José Carneiro
José Luís Carneiro sublinhou a importância de se inscreverem nos consulados para terem apoio. Apesar de haver “muitos obstáculos ao voto dos emigrantes”, como reconheceu, lembrou, em declarações à agência Lusa, que muitas vezes os cidadãos portugueses estão a grandes distâncias das mesas de voto.
De acordo com o governante há poucas mesas de voto no estrangeiro e os cortes orçamentais dos últimos quatro anos ditaram o encerramento de serviços essenciais. “Há emigrantes que estão a 400 quilómetros das mesas de voto”, exemplificou. Nesse sentido, o secretário de Estado afirmou que o Governo pretende instituir, durante a presente legislatura, o voto eletrónico.
Entretanto, apelou aos emigrantes para se recensearem até 60 dias antes das eleições e se inscreverem nos consulados para poderem ter apoio. Numa visita a França, na semana passada, José Luís Carneiro, pediu à Presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, para “sensibilizar” outros autarcas para a possibilidade de os portugueses poderem fazer o recenseamento eleitoral e usarem as câmaras como locais de voto.
De acordo com o secretário de Estado, num total de 4,5 milhões de emigrantes espalhados pelo mundo, apenas 300.000 se recenseiam.
Segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), sete portugueses a residir no Luxemburgo não puderam votar por terem alterado a morada para Portugal quando renovaram os documentos.
Além da situação do Luxemburgo, que a CNE não considera um incidente, mas decorrente da lei, não puderam votar cerca de 4.500 portugueses, num total de 13.251 emigrantes, residentes nos Estados Unidos, devido às condições atmosféricas.
A tempestade ‘Snowzilla’ afetou a votação em Washington, Newark e Filadélfia, onde os portugueses exercerão o direito de voto no próximo fim de semana, referiu o secretário de Estado das Comunidades, com base nas informações que recebeu dos serviços consulares e da CNE.

in Mundo Português de 26/01/2016