No passado sábado 1de outubro, realizou-se o III Encontro de Professores de Língua Portuguesa da Venezuela, no auditório do Colégio San Agustín-El Paraíso, localizado a oeste da cidade capital. A iniciativa, que contou com o professor José Pascoal, coordenador das provas Caple, como orador convidado, foi organizada pela Coordenação de Ensino de Língua Portuguesa da Embaixada de Portugal na Venezuela, a cargo de Rainer Sousa, em parceria com Instituto Camões, representado pela docente Sofía Saraiva, o Centro de Língua Portuguesa e o CORREIO.

Encontro Professores

No que se refere ao encontro, pascoal qualificou-o como “positivo” e destacou a importância da realização destes ateliês para atualizar os conhecimentos entre colegas. «Acredito que estes encontros permitem que os professores possam intercambiar ideias e saber o que os outros põe em prática nas aulas, o que é muito positivo. O ideal seria que estas iniciativas se realizassem várias vezes por ano para que as pessoas pudessem se encontrar e aprender uns com os outros. No encontro, que foi uma formação da qual eu próprio participei, fizemos exames e corrigimos os diferentes tipos de provas de conhecimento previamente partilhados. Acredito que a componente docente na Venezuela é forte, os professores estão muito bem formados. Sendo o espanhol uma língua tão próxima do português, é evidente que a comunicação e a interação existem. Possivelmente, a leitura e a produção de textos escritos são áreas que devem ser incentivadas, juntamente com a fonética», comentou.

O evento contou com a presença de Luiz de Albuquerque Veloso, cônsul-geral de Portugal em Caracas e no Caribe; Javier Herrero, diretor do Colegio San Agustín-El Paraiso; David Pinho, presidente da Asociación Venezolana de Enseñanza de Lengua Portuguesa; Nélida de De Sousa, coordenadora de português do Colegio San Agustín-El Paraiso; Digna Tovar, coordenadora do departamento de português da Universidade Central da Venezuela; Jany Moreira, presidente da Federación Americana de Luso descendientes, assim como uma assistência de um total de 67 professores, provenientes de diversos institutos do país, que tiveram a oportunidade de intercambiar ideias e gerar propostas resultantes de mesas de trabalho.

Rainer Sousa, Coordenador do Ensino de Língua Portuguesa na Venezuela
«Este III Encontro gerou mais expetativas que os outros e os professores responderam muito bem à convocatória, deslocando-se a Caracas pelo terceiro ano consecutivo. Superou as expetativas tanto em qualidade como em organização. Representa um avanço no que se refere à união dos professores da língua portuguesa na Venezuela e temos que pensar de uma forma unânime no que queremos para o português neste país. O nosso objetivo é que a língua portuguesa seja uma opção nas escolas venezuelanas e que haja mais oportunidades para os professores ensinarem esta língua. Vamos continuar a fazer ateliês de formação. Em novembro, vamos organizar outro, no qual vamos contar com a presença de um especialista convidado. Tudo com o apoio da Embaixada de Portugal em Caracas e o Instituto Camões».

Luiz de Albuquerque Veloso, cônsul-geral de Portugal em Caracas e Caribe
«Parece-me muito bem que a língua portuguesa seja uma opção nas escolas venezuelanas e que haja oportunidade para que os professores ensinem esta língua. Vamos continuar a organizar eventos deste género. No próximo mês vamos ter um e com um convidado especial. Ainda para mais com o apoio da Embaixada de Portugal em Caracas e do Instituto Camões».
Javier Herrero, diretor do Colégio San Agustín-El Paraíso
«Parece-me que estes encontros são importantes para proporcionar e motivar nos diferentes centros cursos de línguas e cultura portuguesa. Hoje em dia, os jovens estão à procura de educação integral e é fundamental que eles vão conhecendo a língua portuguesa e não só a colónia, filhos e descendentes de famílias portuguesas, mas também alunos de outras proveniências. Nós, como instituição, sentimo-nos motivados e vemos isto como uma forma de colaborar com o muito que nos tem dado a comunidade portuguesa ao longo de 63 anos no colégio. A forte participação traduz-se no facto de, apesar da situação, haver pessoas que se preocupam pela educação, continuando a crescer academicamente».
Sonyi Contreras, professora na Universidad Simón Bolívar
«Participei no encontro do ano anterior e voltei este ano porque me pareceu interessante que os professores que trabalham em diferentes instituições de ensino da língua na Venezuela possam intercambiar as suas experiências. Trata-se de ver como tem evoluído o português na Venezuela, quantos estudantes tem e perceber se este tem ou não muita procura. Para além do mais, é sempre bom conhecer novos colegas e saber de que forma utilizam os seus materiais de avaliação».
José Ramírez, professor particular
«Estou aqui para me relacionar um pouco mais com o português. Este tipo de iniciativa serve para nos atualizarmos e aumentar o currículo, vendo quais são as interações, como vai ser ensinado e se há novos métodos, assim como toda a parte pedagógica, que é sempre bom conhecer para se renovar a matéria dada em aula. É importante não só que os alunos evoluam como também o professor permita aos alunos evolução através do ensino e da aprendizagem».
Jenny Jaulino, professora
«É uma oportunidade para que os professores, que são multiplicadores da língua portuguesa, se reúnam e se conheçam. A ocasião é perfeita, pois o professor José Pascoal nos deu uma série de diretivas importantes na hora de avaliar».
Carmen Patrícia, professora Colegio San Agustín-El Paraíso
«Parece-me excelente a convocatória. Tivemos um ateliê prévio com o professor José Pascoal e foi muito interessante».

In Correio da Venezuela