Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido vai sair da UE, depois de o ‘Brexit’ ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira, cuja taxa de participação foi de 72,2%.

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Quando sai o Reino Unido da União Europeia (UE)?

A saída não será imediata. Segundo o Tratado de Lisboa, prevê-se, no artigo 50.º, um prazo de dois anos para a negociação da saída de um Estado-membro do bloco europeu.

Os presidentes das instituições europeias (Comissão, Conselho, Parlamento Europeu e da presidência rotativa da UE) defenderam já um ‘divórcio’ o mais rapidamente possível, “por muito doloroso que seja o processo”.

Como será a relação do Reino Unido com a UE?

Mais uma vez depende das negociações que vão iniciar-se em breve. Mas após esses dois anos de negociações sobre as modalidades da saída, segundo o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, será necessário “negociar as relações entre o Reino Unido e a UE a partir do zero”.

“Tudo tem de ser revisto e renegociado” e não apenas internamente, mas também na perspetiva dos acordos vigentes entre o Reino Unido e o resto do mundo, “pois todos os acordos comerciais internacionais (pelo menos 52) foram concluídos em nome da Europa”, segundo Juncker.

Quantos portugueses vivem no Reino Unido?

De acordo com as autoridades portuguesas, vivem no Reino Unido meio milhão de portugueses.

Vai ser necessário usar o passaporte de cidadão da UE para voltar ao Reino Unido?

Para já, não. Pelo menos durante este período de negociação entre Londres e Bruxelas. Depois, dependerá das negociações entre o Reino Unido e a União. Poderá haver também mudanças relativamente às autorizações de residência e de trabalho. Afinal, um dos temas centrais da campanha foi a imigração, incluindo de países europeus com maiores problemas económicos — há cerca de três milhões de cidadãos europeus a viver no Reino Unido, de acordo com um estudo de uma organização não-governamental britânica.

As viagens para o Reino Unido vão ser mais difíceis?

O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (The World Travel & Tourism Council), entidade vocacionada para viagens de executivos, garantiu hoje que, no curto prazo, não haverá alterações aos procedimentos de entrada no país, a partir dos países da UE.

Os emigrantes portugueses terão mais dificuldades em viver no Reino Unido?

A curto-prazo, um grande número de economistas e instituições internacionais previu um período de instabilidade económica e até recessão na eventualidade de “Brexit”, logo é possível que os portugueses sintam o impacto de menor crescimento económico ou desemprego.

A médio e longo prazo, poderá ser mais difícil ter acesso a estatuto de residente ou vistos de trabalho e a apoios sociais como subsídio de desemprego. Mas isto vai depender do resultado das negociações com a União Europeia.

BY REVISTA PORT.COM / 25 JUN 2016 /