A população estrangeira residente na Madeira aumentou 14,4%, passando de 9.455 indivíduos, em 2020, para um total de 11.048 a 31 de dezembro de 2022. O diretor regional da Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, fala sobre este aumento generalizado como um “sinal da mudança dos tempos”.
“Antes eramos uma Região essencialmente de emigração. Hoje somos uma Região que atrai cidadãos estrangeiros que querem viver na Madeira, o que significa que a nossa economia está mais robusta”, sublinhou.
A 31 de dezembro de 2022, o número de estrangeiros residentes na Madeira ascendia aos 11.048, oriundos de 120 países, mais 899 do que os registados em igual período do ano anterior, no qual estavam registadas 116 nacionalidades.
Rui Abreu fala sobre as mais-valias do número crescente de cidadãos estrangeiros residentes na Região. “A vinda de estrangeiros para a Madeira é positiva em termos sociais, demográficos e económicos. Tal como todas as regiões desenvolvidas, temos uma população envelhecida, por isso a entrada de imigrantes jovens com filhos pequenos, atenua esta tendência: há mais crianças e jovens a frequentar as creches e as escolas, há mais mão-de-obra, especialmente para os setores onde temos falta de profissionais.”
Os cidadãos venezuelanos continuam a ser a comunidade estrangeira residente na RAM com maior expressão, com 2411 pessoas. Em segundo lugar vem a comunidade da Alemanha que aumentou para 1.105 residentes, quando comparados com os 890 em igual período do ano anterior.
Em terceiro lugar está a Comunidade brasileira que registou o ano passado um ligeiro acréscimo. “Um número de deverá subir devido ao Acordo de Mobilidade da CPLP. Este acordo permite aos residentes dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa obterem os títulos de residência CPLP em Portugal”, explicou o responsável pela pasta das Comunidades.
A comunidade italiana e a do Reino Unido surgem em 4º e 5º lugar respetivamente. Depois vem a Comunidade russa (6º lugar), a espanhola (7º lugar), a francesa (8º lugar) a dos Estados Unidos (9º lugar) e a polaca (10º lugar).
Destaque-se que o número de cidadãos norte-americanos residentes na Madeira duplicou em 2022, em comparação ao período homologo do ano anterior.
Os cidadãos da Ucrânia com residência na Região cifram-se em 248 e ocupam o 11º lugar da tabela das nacionalidades mais representativas na RAM. “No entanto, todos sabemos que desde o início da guerra – em fevereiro de 2022 – foi concedida proteção internacional a centenas de pessoas de nacionalidade ucraniana. O que acontece é que estes deslocados de guerra, não estão contabilizados como estrangeiros residentes na RAM porque receberam o ‘Título de Proteção Temporária’”.
Até o momento, continuou Rui Abreu, “a Região atribuiu 927 ‘Títulos de Proteção Temporária’ a cidadãos da Ucrânia, 910 para a ilha da Madeira e 17 para a ilha do Porto Santo”.
Já o número de cidadãos russos na Madeira tenderá a aumentar em 2023, ano em que a maioria começou a sair da Rússia para fugir ao recrutamento e à guerra.