O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa encontrou-se, esta segunda-feira, na Cidade do Cabo, com empresários madeirenses do setor da Pesca, e da Comercialização e Exportação de Peixe. Rui Abreu visitou a empresa de Manuel Olim, e gostou do que viu e ouviu.

05 PESCA

 


Manuel Olim, natural de Machico, chegou à Cidade do Cabo em 1961, com apenas 9 anos. Aos 20 anos tornou-se no capitão mais novo da África do Sul e aos 35 anos fez-se armador. Nos seus barcos quebrou recordes ao pescar 16 mil toneladas de peixe numa época (seis meses). O mar, uma das suas paixões, é a sua vida. Hoje, aos 72 anos, cuida em terra dos seus negócios do mar, e conta ao DIÁRIO como chegou à Cidade do Cabo e como fez o seu percurso.
“Caminhei da Madeira com 9 anos, com a minha mãe e os meus irmãos. Viemos no Navio Pátria e chegamos ao Cabo em 1961. Lembro-me do dia em que cheguei ao Cabo: foi em dezembro”, recorda o armador, confessando que, inicialmente, a língua inglesa foi uma barreira, transposta facilmente dois meses depois de ter começado em aulas.
O mar sempre fez parte da vida de Manuel Olim. “Quando andava na escola, o meu pai que era mestre, levava-me para o mar durante as minhas férias. Quando fiz 18 anos passei a ir sempre para o mar. Aos 20 era capitão. Fui o capitão mais novo da África do Sul”, recorda com orgulho.
Em 1985 foi a última vez que pescou por conta de outrem. “Comprei o seu primeiro barco em 1985 e outros vieram logo a seguir. Tinha um barco da lagosta, um barco do atum, um barco de linha longa”.
O armador bateu recordes de pesca na Cidade do Cabo. “Quando andava à sardinha, pesquei 16 mil toneladas numa época (seis meses), só no meu barco. Neste ano, estávamos no barco eu e outros cinco madeirenses que também pescavam muito bem. Por isso tivemos esse recorde”, explicou.
Atualmente Manuel Olim é armador de quatro barcos de arrasto. A maior embarcação que possui tem 49 metros de comprimento, e tem frigorífico com capacidade para 250 toneladas de peixe congelado. Em terra tem um frigorífico com capacidade para mais de 5.000 toneladas de peixe e marisco congelado.
A sardinha, o atum, a pescada e a lagosta são as principais espécies que pesca e comercializa. Os principais mercados são o sul-africano, o americano, o japonês, o chinês, o espanhol e o português.
“O atum é na sua maioria enlatado e enviado para os Estados Unidos, uma parte da pescada vai para Espanha e Portugal. A lagosta vai para o Japão e para a China, mercados que pagam muito bem por este tipo de produto”.
“O negócio vai bem. Temos uma vida boa: com muito trabalho e muito compensadora”, sublinha este madeirense, casado com uma alemã que conheceu na Cidade do Cabo, e pai de 3 filhos e avô de 5 netos nascidos na África do Sul.
Sobre a dureza do mar tem perspetiva muito própria “A vida do mar não é dura. Até podia ser, mas qualquer vida de trabalho pode ser dura. Eu tive uma boa vida no mar, gostei muito de trabalhar”, conclui.

Rui Abreu satisfeito com o sucesso dos madeirenses
No último dia de visita à Cidade do Cabo, no âmbito da deslocação oficial à África do Sul, Rui Abreu saiu de coração cheio. “É com muita satisfação que vejo o sucesso dos nossos conterrâneos, nos mais variados setores, incluindo no da Pesca”.
O governante elogiou os recordes alcançados pelo armador, e apontando Manuel Olim como exemplo da emigração madeirense.
“Os madeirenses são pessoas corajosas e resilientes, que têm uma enorme vontade de trabalhar e de vencer na vida. O senhor Olim é um exemplo dessa resiliência, dessa coragem e dessa vontade de trabalhar e vencer”, concluiu.
Rui Abreu satisfeito com o sucesso dos madeirenses
No último dia de visita à Cidade do Cabo, no âmbito da deslocação oficial à África do Sul, Rui Abreu saiu de coração cheio. “É com muita satisfação que vejo o sucesso dos nossos conterrâneos, nos mais variados setores, incluindo no da Pesca”.
O governante elogiou os recordes alcançados pelo armador, e apontando Manuel Olim como exemplo da emigração madeirense.
“Os madeirenses são pessoas corajosas e resilientes, que têm uma enorme vontade de trabalhar e de vencer na vida. O senhor Olim é um exemplo dessa resiliência, dessa coragem e dessa vontade de trabalhar e vencer”, concluiu.