O voto eletrónico, que beneficiaria o sistema eleitoral português e, em particular, os emigrantes portugueses, naquela que foi uma proposta apresentada na Assembleia da República pelo PSD, foi chumbado.

RA VOTO ELETRONICO

 


A queda do voto eletrónico desagradou o Governo Regional da Madeira. Pela voz do diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, entende que não faz sentido recuar numa medida que já era um compromisso assumido.
Rui Abreu explicou ao Diário de Notícias que esta é “uma questão muito debatida há imensos anos”, pois esta “é uma facilidade que temos de dar à nossa Diáspora, atendendo à sua importância para o país e para a Madeira, de participar na vida política do país”.
O governante com a pasta das comunidades lembrou que “o voto eletrónico já foi defendido pelo secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro e já foi defendido pelo atual secretário de Estado das Comunidades Portuguesas”.
“Também o presidente do Governo Regional da Madeira já defendeu, recentemente, essa matéria. Por isso é com espanto que olhamos para esta posição da República, que deixa cair esta matéria”.
O PS explica a marcha-atrás no voto eletrónico com a complexidade do processo e a dimensão da ameaça de intromissão.
No entanto, Rui Abreu lembra a dimensão da Comunidade Madeirense que ascende a 1,5 milhões de pessoas, e a sua importância. “Se os nossos emigrantes são importantes para o investimento da Diáspora em Portugal, se são importantes ao nível do emprego em Portugal, nós temos de facto, também de reconhecer essa importância e essa vontade que ainda têm de estar na vida ativa portuguesa.”
No caso da Madeira, continuou, “há dois ou três anos recebemos pessoas da Venezuela alguns regressos de madeirenses e seus descendentes que terão ascendido às 11 mil pessoas. “Todos nós reconhecemos a importância dos regressados no mercado de trabalho e na mão de obra que trouxeram à Madeira. São nossos irmãos, são pessoas do nosso sangue que voltaram à sua Terra com vontade de trabalhar, muitos deles licenciados que não se importaram de ir trabalhar atrás de um balcão”.
Lembrando que estes regressos ajudaram a atenuar a quebra na natalidade e a diminuição da população, o diretor regional refere que “só da Venezuela, foram 2.000 crianças e jovens que se matricularam nas escolas da Madeira”, pelo que “o recuo no voto eletrónico é mais uma machadada nas aspirações da nossa diáspora”, que se vê afastada da vida portuguesa.
In DN-Madeira Edição 22.01.2023