O dinamismo económico e a estabilidade social na Madeira têm levado a um aumento exponencial do número estrangeiros que optam por viver, trabalhar, criar família, ou simplesmente gozar a reforma na Região.
Esta foi uma das conclusões saídas da reunião mantida esta quinta-feira entre o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, e a Alta Comissária para as Migrações, Sónia Pereira, que está na Região pela primeira vez desde que assumiu o cargo.
“O fluxo migratório vem associado a um dinamismo económico na Madeira”, sublinhou Sónia Pereira, que visita pela primeira vez a Região Autónoma desde que assumiu o cargo de Alta Comissária para as Migrações.
Uma opinião partilhada por Rui Abreu que associa “a estabilidade social que se vive na Madeira” com o aumento do número estrangeiros residente na Região. “Nos últimos dois anos o número de imigrantes aumentou 20%, para cerca de 11.000 cidadãos oriundos de 116 países.”
Para Sónia Pereira, partindo daquilo que “já é história da Madeira, continua a haver uma presença importante de comunidades de várias origens, que convivem de forma harmoniosa”, como se pode constatar pela multiculturalidade existente no território madeirense.
Uma multiculturalidade que o Governo Regional, através da DRCCE, em parceria com a Junta de Freguesia de São Martinho, celabra a 21 de maio, no Centro Cívico de São Martinho e que conta com espetáculos musicais, danças, exposições, mostras de arte, gastronomia, tertúlias, entrevistas.
A Alta Comissária para as Migrações, sublinha a importância da celebração do Dia da Interculturalidade, uma vez que "permite às várias comunidades migrantes, que são residentes na Madeira, poderem partilhar a sua cultura, a sua gastronomia, as suas vivências.”
Rui Abreu acompanhou Sónia Pereira numa visita ao Centro Local de Apoio a Imigrantes da Madeira (CLAIM -Madeira) que funciona na Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa, e que resulta de uma parecia entre o Alto Comissariado para as Migrações e o Governo Regional.
“É uma parceria que valorizamos muito. O CLAIM-Madeira é um espaço privilegiado de acompanhamento e de atendimento aos migrantes, que também permite a dinamização de atividades que valorizam a diversidade cultural que existe no território madeirense, e que está muito envolvido na organização do Dia da Interculturalidade”, disse Sónia Pereira.
Rui Abreu falou sobre o funcionamento do CLAIM-Madeira, adiantando que são realizados cerca de 40 atendimentos diários na Direção Regional das Comunidades. Falou também sobre as comunidades estrangeiras residentes na Madeira.
“Houve um crescimento bastante acentuado de imigrantes na Madeira de cerca de 20%. A maior comunidade estrangeira é a venezuelana. Depois temos o Reino Unido, um país com o qual também temos laços históricos, e em que muitos britânicos optam por residir na Madeira. Em terceiro lugar vem a comunidade brasileira e depois temos outras comunidades europeias como a alemã, a italiana e a francesa”.
As flutuações na procura da Madeira como destino migratório prendem-se com a estabilidade social e com o dinamismo económico, continuou o governante, referindo, que mesmo antes do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, havia muitos pedidos de residência por parte de cidadãos russos e ucranianos.