Após dois anos de interregno, o Dia da Interculturalidade, que se assinala a 21 de maio, volta a ser celebrado pelas comunidades de imigrantes na Região, desta feita no Centro Cívico de São Martinho. Não faltará animação, debates, tertúlias, nem mesmo atuação de DJ, espetáculos musicais e de dança, exposições, mostras de arte, e barraquinhas de comes e bebes em homenagem dos 10.700 imigrantes de 116 nacionalidades, residentes na Madeira.

Dia Interculturaldiade

 

 


No evento, promovido pela Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa (DRCCE) e pela Junta de Freguesia de São Martinho, participam as várias comunidades estrangeiras radicadas na RAM, nomeadamente a venezuelana, a sul-africana, a indiana, a brasileira, a francesa, as africanas, a ucraniana, a romena, a russa, entre outras.
O diretor regional das Comunidades, Rui Abreu, e o presidente da Junta de Freguesia de São Martinho, Marco Gonçalves, sublinharam a importância da plena integração dos imigrantes na sociedade madeirense.
“O acolhimento é uma obrigação ética”, defende Marco Gonçalves, lembrando que São Martinho, uma freguesia heterogénea e cosmopolita, acolhe um elevado número de estrangeiros residente na RAM.
“Por isso, para nós, é fundamental apoiar este tipo de iniciativas, que promove os laços de afetividade entre locais e as comunidades estrangeiras que procuram a Região para viver e construir a sua vida”, concluiu.
Rui Abreu subscreve as afirmações do autarca, entendendo que é na diversidade e na capacidade de saber integrar os imigrantes, que se mede o grau civilizacional de uma nação, de uma região, de um povo.
“É, também, graças a esta diversidade que os países, as regiões, se tornam mais ricos, mais dinâmicos, mais empreendedores, porque os imigrantes contribuem para o desenvolvimento económico, social e cultural dos países de acolhimento”, sublinhou, dando como exemplo a comunidade venezuelana.
Regresso dos venezuelanos foi positivo para a RAM
“O regresso de madeirenses da Venezuela, por exemplo, foi muito positivo para a Região. Integraram-se facilmente no mercado de trabalho e nas escolas, quando tínhamos falta de mão-de-obra em vários sectores, e falta de jovens e crianças nas escolas da Região.”
A história da Madeira sempre foi marcada pelos ventos da emigração, lembrou o responsável pelas Comunidades, referindo que muitos madeirenses saíram da Região, em busca de melhores condições de vida. “Penso que, por isto, também somos um povo que sabe acolher quem é diferente”, disse. Neste sentido, Rui Abreu aproveitou para agradecer a forma como os madeirenses têm sabido acolher os estrangeiros que escolhem a Madeira para viver, trabalhar, criar filhos, ou simplesmente para aproveitar a reforma.
“São muitos e de culturas cada vez mais diversas, as pessoas que escolheram a Madeira para viver. Hoje são mais de 10.700 estrangeiros, oriundos de 116 países a viver na Região. E nós, enquanto sociedade temos o dever de acolhê-los e integrá-los plenamente.”, concluiu.
Alta Comissária para as Migrações na RAM
A abertura do evento no Centro Cívico de São Martinho está marcada para as 15h30 e contará com a presença de entidades oficiais do Governo Regional, da Câmara Municipal do Funchal. Também, a representante do Alto Comissariado para as Migrações em Portugal e uma delegação do Consulado de Angola em Portugal, deslocam-se propositadamente à RAM para participar nas celebrações deste Dia Mundial da Diversidade Cultural.
A Alta Comissária para as Migrações, Sónia Pereira, será a oradora convidada da Tertúlia com o tema “Escolhi a Madeira para viver e trabalhar”, que acontece a partir das 17h00 no palco principal. Nesta mesa redonda estarão outros oradores como Sancho Gomes, representante da DRCCE, Marco Gonçalves, presidente da Junta de Freguesia local, e Analiza de Sousa, presidente da ALSAP (Associação Luso Sul-Africana de Portugal).
Danças indianas e africanas, música latina e DJ Sil
Pelas 18h15, sobem ao palco as dançarinas indianas da Associação Glamorous Proposal. Recorde-se que, na cultura indiana, a dança reveste-se de grande importância.
Segue-se um momento musical com temas venezuelanos, primeiro protagonizado pela dupla Sandra & Ricardo Rodrigues (18h45) e depois pelo Grupo Tradiciones (19h30).
A partir das 20h10, haverá música brasileira com Roni de Melo, cantor brasileiro, natural do Estado do Mato Grosso, que vive na Madeira há 14 anos, e já lançou quatro discos com temas originais.
Às 20h45 sobem ao palco Ana Carolina Spínola e Lília Silva da Associação Presença Feminina, e às 21h10 será vez da atuação do Grupo de Dança e Cantares de São Tomé e Príncipe, composto por oito alunos universitários, oriundos de São Tomé e Príncipe, que frequentam a Universidade da Madeira.
A Triova Voice, um grupo musical venezuelano, toca às 21h20, seguindo-se a apresentação da ACIG-RAM.
O último espetáculo musical ficará a cargo do DJ Sil que tocará das 22h00 às 23h00 e encerrará o evento.
Paralelamente, estarão em funcionamento 18 barracas e tendas, onde os presentes poderão visitar mostras de arte, exposições, adquirir produtos e peças estrangeiras e ainda degustar comidas estrangeiras.