O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, reuniu esta segunda-feira (dia 25 de abril) com a Associação dos Lesados Emigrantes da Venezuela e da África do Sul - ALEV.
O encontro, que decorreu em Caracas, serviu para Rui Abreu ouvir as preocupações da ALEPV, que representa os lesados da Venezuela e da África do Sul, e manifestar a Sara Freitas, presidente desta associação, toda a solidariedade e todo o empenho do Governo Regional em reforçar junto da República, a urgência de agilizar uma solução para este grupo de lesados.
“Estas pessoas perderam as poupanças de uma vida, e algumas estão a viver situações dramáticas. Precisam de respostas. De uma solução”, disse Rui Abreu, no final do encontro, acrescentando: “É inadmissível que passados mais de sete anos, ainda não haja uma solução para estas pessoas que, hoje, já sabemos, foram lesadas de forma premeditada”.
A justiça, continuou o diretor regional das Comunidades, já reconheceu o estatuto de vítimas ao grupo de lesados, o que vem legitimar ainda mais as justas reivindicações destas pessoas. “Trabalharam toda uma vida e foram enganadas, e o Governo da República não pode continuar a ignorar esta situação”, insistiu Rui Abreu.
O último desenvolvimento aconteceu a 17 de dezembro último, numa dupla reunião que juntou representantes do Ministério das Finanças, do Banco de Portugal, da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e representantes da
Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD), da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA), e da ALEV. “A partir daí, mais nada.”
Esta e outras preocupações foram transmitidas a Rui Abreu por Sara Freiras, que entregou ao diretor regional das Comunidade uma missiva dirigida ao Primeiro-ministro António Costa, onde são recordados os passos que têm sido dados, e sublinhada a urgência de ser encontrada uma solução o mais rapidamente possível.
“Como é do conhecimento do Governo, a grande maioria dos lesados, que irão participar neste fundo [de recuperação de créditos], são emigrantes portugueses que residem e trabalham em países como a Venezuela e África do Sul e vivem por isso situações dramáticas, devido às graves crises económicas e sociais, que assolam esses mesmos países” lê-se na carta a que o DIÁRIO teve acesso, que pormenoriza o “drama de milhares de famílias” que ficaram sem as poupanças de uma vida de trabalho.
“Este drama, tem vindo a agudizar-se, e a direção da nossa Associação, têm procurado fazer tudo o que está ao seu alcance, para o minimizar, mas sem o apoio do Governo [da República] na implementação de uma solução, não seremos obviamente bem-sucedidos”
A carta, que a ALEV pediu ao Governo Regional, através de Rui Abreu, para enviar a São Bento, lamenta a distinção que tem sido feita entre os residentes em território continental, e os que vivem na Diáspora.
“Apesar deste grupo de lesados, residir em contextos muito mais adversos, que os outros grupos de lesados que já tiveram uma solução e residiam na sua maioria em Portugal, consideramos, que não devem haver portugueses de primeira e portugueses de segunda, pedindo assim, que o tratamento que nos venha a ser concedido pelo Governo, seja igualitário e equitativo, de acordo com o consagrado no artigo 13º da Constituição da Republica Portuguesa.”