A violência na África do Sul tem diminuído nos últimos anos. Há 20 anos, o número de vítimas mortais rondava os 40 portugueses por ano. Atualmente esse número baixou para os quatro a seis portugueses falecidos anualmente.

HOMENAGEM vítimas de violência

 

Os números foram avançados, ontem, ao diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa pelos membros da direção do Fórum Português da África do Sul.

“Nas últimas duas décadas o número de vítimas mortais por motivos de violência na comunidade portuguesa tem diminuído. O ideal era que não houvessem quaisquer vítimas a lamentar”, referiu Rui Abreu, que depositou uma coroa de flores no Monumento dos Emigrantes Portugueses Vítimas de Violência.

A homenagem aconteceu no final de uma Eucaristia rezada em língua portuguesa, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Benoni, Joanesburgo, naquele que foi o último dos 12 dias de visita oficial do diretor regional das Comunidades à Africa do Sul.

“Esta diminuição de cerca de 90% de vítimas de violência na comunidade portuguesa é um bom indicador, apesar do tema da segurança ser assunto sempre presente na sociedade sul-africana”, enquadrou Rui Abreu.

O Monumento dos Emigrantes Portugueses Vítimas de Violência foi erguido naquela Igreja lusa pelo Fórum Português da África do Sul. Uma organização não governamental, com cerca de 8.000 membros espalhados pelo país, que têm funcionado como um grupo de pressão para a redução da violência e criminalidade.

A Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Benoni, onde se realiza todas as semanas missas em português, é ponto de encontro para dezenas de portugueses, a maioria oriunda da Madeira, em especial da Calheta e da Ponta do Sol.

Rui Abreu termina assim, o périplo da visita oficial à África do Sul, onde está radicada uma das maiores comunidades madeirenses e de descendentes de madeirenses do mundo, que rondam as 400 mil pessoas.

Durante 12 dias, o governante esteve nas quatro grandes cidades sul-africanas: Joanesburgo, Cape Town, Pretória e Durban. Manteve Encontros com a Comunidade, visitou escolas, associações e negócios de empresários madeirenses. Homenageou o Conselheiro da Diáspora Madeirense na África do Sul, Egídio Cardoso, que aos 77 anos cessa funções. Reuniu com o Embaixador de Portugal na África do Sul, Jorge Sampaio, e com a Cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo, Graça da Fonseca. Esteve com os madeirenses afetados pelos tumultos de julho de 2021 e homenageou as vítimas portuguesas de violência na África do Sul.

De regresso à Madeira, Rui Abreu, disse estar satisfeito com aquilo que viu e ouviu da comunidade madeirense na África do Sul. “A comunidade acredita e investe neste país. A economia está a recuperar para níveis de pré-pandemia, especialmente no sector agro-alimentar. Os empresários estão otimistas. Aqueles que foram afetados pelos tumultos de julho do ano passado estão a reconstruir os seus negócios. A comunidade está ativa, retomando as atividades interrompidas pela pandemia”, disse em modo de balanço.