Fazer um agendamento no Consulado-Geral de Portugal em Londres está a tornar-se impossível para os madeirenses que residem naquela área consular. Atualmente, os tempos médios de espera dos atendimentos chegam aos seis meses.
“Tratar de questões simples, como a renovação do cartão de cidadão ou registos de nascimentos, está a demorar cada vez mais tempo, com as filas de espera a engrossar, primeiro devido à pandemia e agora devido ao ‘Brexit’”. Isto mesmo foi avançado, ontem, pelo diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, após uma reunião, por videoconferência, com os Conselheiros da Diáspora Madeirense em Londres, José Silva e Paulo Gouveia.
O governante mostrou-se preocupado com as reclamações que têm chegado à Direção Regional das Comunidades e Cooperação Externa (DRCCE), lembrando que a contratação de quatro funcionários para o Consulado em Londres, prometida pela Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, com vista a solucionar esta problemática, continua envolta em burocracias.
“Recorde-se que a senhora secretária de Estado, durante uma visita a Londres, em maio último, garantiu-nos que iria reforçar os meios humanos no Consulado, para responder ao número crescente de solicitações dos cidadãos portugueses residentes em Londres”, recordou.
Rui Abreu explicou que após a crise de 2008, houve um aumento do número de emigrantes lusos para aquele país. “Estima-se que residam, atualmente, entre 400 a 500 mil portugueses no Reino Unido, e a senhora secretária de Estado das Comunidades reconheceu, em maio último, durante a visita a Londres, que este número só por si já era um desafio”.
“Falar com o Consulado está muito difícil. A Comunidade ressente-se e está indignada com esta situação que se arrasta há uns anos, e que piorou com o Covid-19 e com o Brexit”, referiu Paulo Gouveia.
O conselheiro José Silva corrobora e garante que “é mais rápido apanhar um avião e ir a Portugal tratar da documentação, do que ficar à espera de um agendamento em Londres. No entanto as pessoas só o fazem quando vão de férias a Portugal”.
No entanto, continua o conselheiro “não faz sentido pagarmos um posto consular em Londres, a voltarmos a pagar viagens para Portugal para tratar de questões absurdamente simples que podem bem ser tratadas cá”
Os conselheiros são unânimes em relação aos colaboradores do Consulado-Geral de Portugal em Londres. “Os funcionários dão o seu melhor, fazem um grande esforço para tratar do maior número de situações possível. Mas dado o volume de pedidos, é impossível fazerem mais. Há situações prioritárias, em que as pessoas não podem esperar, como é o caso do registo dos filhos recém-nascidos. Isso é inadmissível”.
Por isso, Rui Abreu alerta: “é essencial a contratação dos quatro funcionários, para colmatar as lacunas existentes e dar celeridade aos processos. Cabe agora ao Ministério da Administração Externa, que é quem trata das contratações, acelerar a contratação dos quatro funcionários para o Consulado, prometida pela senhora Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas”.