A Madeira e os Açores querem estreitar relacionamentos entre as diásporas madeirense e açoriana, residentes em New Bedford, nos Estados Unidos da América. “É o único sítio do mundo onde os Açores e a Madeira têm comunidades comuns, semelhantes e com alguma dimensão”, adiantou o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, após uma reunião mantida com o homólogo açoriano, José Andrade, esta quarta-feira.

reunião DRCCE com Açores

 


“É em New Bedford que temos as festas do Santíssimo Sacramento, em Agosto, a maior festa portuguesa realizada nos Estados Unidos, que é organizada pela comunidade madeirense”, enfatizou o governante madeirense.
Neste sentido os responsáveis pelas pastas das Comunidades dos Governos da Madeira e dos Açores entendem que poderá haver “uma abordagem conjunta relativamente às comunidades madeirense e açoriana”, já as restantes comunidades espalhadas pelo mundo, apesar de serem semelhantes em dimensão, diferem nas suas características e localização.
“Parece que fizemos uma espécie de ‘Tratado de Tordesilhas’”, começou por dizer Rui Abreu. “Enquanto as comunidades açorianas estão implantadas maioritariamente nos Estados Unidos, no Canadá, no Brasil, nas Bermudas e no Uruguai, já a diáspora madeirense está radicada na África do Sul, na Venezuela, no Reino Unido, na Austrália e no Brasil, sendo New Bedford o único ponto comum”.
A diferença como as diásporas madeirense e açoriana se fazem representar nos países de acolhimento, foi outro dos temas que esteve sobre a mesa.
“A representatividade das comunidades açorianas no mundo assenta na abertura de Casas dos Açores no estrangeiro”, o que contrasta com a forma como os madeirenses se fazem representar nos países de acolhimento. “A diáspora madeirense assenta essencialmente no associativismo, nos clubes, nas instituições, que são representativas de forma genuína e espontânea das nossas comunidades. É uma abordagem diferente que a Madeira e os Açores têm, relativamente a caracterização da nossa diáspora.”
No entanto, ambas as comunidades se debatem com um problema comum. “Quer as Casas dos Açores no estrangeiro, quer os clubes, as organizações e as instituições madeirenses estão sem atividade há um ano e meio, devido à pandemia, o que traz muitas dificuldades a estas organizações, que deixaram de ter receitas próprias, durante este período”.
Ainda assim, o Governo Regional Açoriano inaugura hoje, pelas 11h00, a Casa dos Açores na Madeira, sedeada na Rua das Pretas, nº 66. Uma cerimónia que contará com a presença do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, do vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, do diretor regional das Comunidades [dos Açores], José Andrade e do diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa.
“A Casa da Madeira nos Açores foi inaugurada em 1986 pelos presidentes dos governos regionais da Madeira e dos Açores, Alberto João Jardim, e Mota Amaral”, lembrou Rui Abreu, referindo que “agora, passados 35 anos, é a vez de a Casa dos Açores na Madeira ser inaugurada”, o que beneficiará ambas as populações, pois “haverá uma maior proximidade entre ambas”.