Há novo livro da escritora madeirense, Ana Teresa Pereira.Um dos arranques mais bonitos da literatura portuguesa pertence a Ana Teresa Pereira no premiado "Se nos encontrarmos de novo", publicado em 2004. Escreve ela: "Talvez seja possível amar uma mulher por causa de um livro, de um poema sublinhado, de um filme a preto e branco, de uma casa, do olhar de um homem quando fala dela, da forma como o seu cão a espera. Da reprodução de um Mondrian na parede da sala."
Ana Teresa Pereira é uma das escritoras mais singulares do panorama literário português. Levante o dedo quem for capaz de a reconhecer se se cruzar com ela. E, no entanto, é isso, também, que ajuda a que essa mulher madeirense seja um misterioso fenómeno solar. Uma escritora com uma obra superlativamente bela de que só, muito de vez em quando, se ouve falar.
A sua obra é a história, quem sabe se autobiográfica, da alma. E é uma história de amor pela arte: Mondrian, Rothko, Bonnard, Rembradt, Rublev, Van Gogh, Monet, Degas, Ticiano, Turner, os impressionistas todos da pintura; Iris Murdoch em primeiríssimo lugar, mas também Henry James, Emily Bronte, Ibsen, Rupert Brooke, Rilke, Charles Dickens na literatura. Livros e quadros. Sempre. Bach, Mozart, Haydn, Pizzetti na música; Vincente Minnelli, Tarkovsky, Sokurov, Ingrid Bergman, Katherine Hepburn, Robert Mitchum no cinema. A lista é exaustiva, precisa, sugestiva, minuciosa.
Esta sexta-feira ficámos a saber que, ainda este mês, chegará um novo livro dela ao mercado, "Como se o mundo existisse" (Relógio d'Água), reunião de contos e ensaios. E que Ana Teresa Pereira "adorava ganhar um 'Edgar', um 'Agatha' ou outro prémio policial".