O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, reuniu ontem, via videoconferência, com o Conselheiro da Diáspora Madeirense pela Europa, José António Gonçalves, e ficou a saber que a partir de hoje, haverá mais restrições na Bélgica, devido ao aumento de novos casos de Covid-19.
“Neste momento, na Bélgica, o número de infeção por Covid-19 duplicou desde 11 de fevereiro, passando a barreira dos 4.000 novos casos diários. Os internamentos e hospitalizações em cuidados intensivos aumentaram 40%. em unidades hospitalares aumentaram 40% e as hospitalizações em cuidados intensivos. Dado estes aumentos, o governo belga decidiu apertar as restrições e encerrar todos os serviços não essenciais”, adiantou Rui Abreu.
Os restaurantes e bares, que estão fechados desde outubro de 2020, ou seja, há quase 6 meses, assim vão permanecer. Os cabeleireiros que abriram há menos de 1 mês voltam a fechar amanhã [hoje]. As escolas que voltaram a funcionar também encerram, também, a partir de amanhã [hoje], exceto as creches e o 1º ano do 1º ciclo.
Já as viagens de e para o estrangeiro não essenciais estão proibidas nas próximas três semanas, com a possibilidade de esta restrição ser alargada até junho. Apenas as viagens essenciais estão autorizadas, bem como as viagens entre os concelhos belgas.
Este é o cenário vivido na Bélgica, com a estirpe britânica a representar mais de 80% das novas infeções no país. “A estirpe britânica não só é mais contagiosa, como também é mais perigosa, afetando jovens e menos jovens, com mais intensidade”, observou o Conselheiro José António Gonçalves. Segundo este responsável, o objetivo do Governo Belga é diminuir a curva, através de medidas mais restritas, mas principalmente através da vacinação.
Vacinação diminui substancialmente internamentos de idosos
Até o momento, 10% da população belga foi vacinada, ou seja, “já foram vacinados 1,2 milhões de pessoas, num país com 11,5 milhões de habitantes”, adiantou José António Gonçalves, destacando: que “a Bélgica foi o único país da União Europeia que não interrompeu a vacinação com a vacina da Astrazeneca”, alertando que “vacinar é importante e não há que hesitar”.
O conselheiro referiu que graças à vacinação das pessoas mais idosos e dos grupos mais vulneráveis, praticamente não tem havido internamentos destes grupos.
“A vacinação diminuiu substancialmente o internamento dos idosos. Agora, as pessoas que recorrem a cuidados médicos, e as que são internadas nos cuidados intensivos são aquelas que não foram vacinadas, a maioria situada entre as faixas dos 35 e os 60 anos.”.
É claro que existem internamentos em UCI de pessoas na casa dos 20 anos, continuou. “Mas se antes os internamentos eram de 3 semanas, agora são de 5 a 7 dias, o que acaba por diminuir a pressão nos hospitais, que apesar de tudo estão com uma ocupação de 1/3.”
O objetivo do governo belga, referiu José António Gonçalves, é diminuir o número de novos casos, travar a estirpe britânica, para poder reabrir no final de abril.
Ainda assim, referiu que os professores e funcionários das escolas e jardins de infância não se encontram nos grupos prioritários de vacinação, ao contrário daquilo que acontece na Madeira.
Jersey com 50% da população vacinada
Em Jersey o cenário e bem diferente do da Bélgica. Há apenas 1 ou 2 novos casos por dia. E 50% da população da Ilha do canal já está vacinada. Isto mesmo foi adiantado pelo Conselheiro da Diáspora Madeirense em Jersey, João Carlos Nunes, durante a reunião, via videoconferência, com o diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu.
“A vacinação está a decorrer a bom ritmo. O governo está a trabalhar bem: estão a ser vacinadas 1.000 a 1.100 pessoas por dia, num território de 120 mil habitantes. Ou seja, mais de 50% da população de Jersey está vacinada”.