O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, reuniu, esta quinta-feira, dia 28 de janeiro, por videoconferência, com o seu homólogo açoriano, José Andrade.
Esta foi a primeira reunião entre os diretores regionais, após a tomada de posse do novo governo dos Açores, a 19 de novembro de 2020, e serviu para estreitar laços e aprofundar o relacionamento entre as duas Regiões Autónomas, que têm muito em comum, a começar pelas suas Diásporas.
Falando sobre a importância das comunidades, Rui Abreu lembrou que estrategicamente, as duas regiões autónomas têm um papel de dupla importância para o país.
“Por um lado, Portugal não seria o que é hoje sem as suas ilhas, que lhe conferem uma dimensão Atlântica. A Madeira também não seria o que é sem as suas Comunidades. E as duas regiões juntas são mais do que a soma das partes: Madeirenses e Açorianos, juntos, são mais de 3 milhões, espalhados por todos os continentes”.
Por outro lado, Rui Abreu e José Andrade destacaram “a importância das comunidades aos níveis social, cultural, económico e financeiro, que se reflete não só nos países de acolhimento, mas também em Portugal.”
O governante madeirense entende, assim, que “um país que tem ilhas como as da Madeira e dos Açores, é um país afortunado, porque permite a Portugal ter uma posição geoestratégica e geopolítica mais preponderante, num mundo globalizado como aquele em que vivemos hoje”.
Durante a reunião, os dois diretores regionais comprometeram-se, assim, a aprofundar a cooperação entre as regiões, em benefício das comunidades madeirenses e açorianas espalhadas pelo mundo.
Sobre a mesa estiveram outros temas, como o voto dos emigrantes, a criação de um círculo eleitoral para a eleição de dois deputados das comunidades madeirenses para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira (ALRAM), e ainda o movimento associativo da diáspora nos países de acolhimento.
Sobre o voto da emigração, Rui Abreu entende que, mesmo residindo em países terceiros, “os emigrantes, enquanto cidadãos portugueses de pleno direito, devem escolher os representantes e governantes do seu país, das suas regiões.”
No que concerne à eleição de deputados das comunidades à ALRAM, sabendo-se de antemão que é uma matéria jurídico-política polémica, o governante entende que, aos emigrantes madeirenses deve ser dada a oportunidade de participarem ativamente na vida política do seu país ou da sua região.
“A Madeira deve ter representantes diretos da Comunidade no Parlamento Regional, tendo em conta que são madeirenses de pleno direito e têm a si associados uma dimensão social, cultural, económica e financeira”, defendeu, sublinhando que “os nossos emigrantes merecem o nosso maior respeito”.
“A Madeirensidade implica esta visão mais global, mais ampla”, continuou Rui Abreu, lembrando que “a Madeira não acaba na Ponta de São Lourenço. A Madeira existe onde houver um madeirense”.
Rui Abreu e José Andrade aproveitaram a reunião para sublinhar a importância dos movimentos associativos das comunidades madeirense e açoriana nos países de acolhimento. “São as Associações e os Clubes que mantêm vivas as nossas tradições, a nossa cultura e os nossos costumes nos países de acolhimento. Estas instituições também funcionam como redes de apoio dentro das comunidades, e como pontes entre as comunidades e o Governo Regional”, lembrou o Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa.
Neste primeiro encontro, realizado simultaneamente a partir das cidades do Funchal e de Ponta Delgada, ficou a promessa de uma próxima reunião terá lugar, mas de forma presencial, “logo que as condições sanitárias assim o permitam”.
No final da reunião ficou, igualmente, expressa a disponibilidade dos Governos da Madeira e dos Açores trabalharem, de forma mais próxima e profícua, em prol das suas comunidades.