O Reino Unido é o terceiro país com maior número de madeirenses residentes em solo estrangeiro. São cerca de 150.000 madeirenses que vivem naquele país e que querem viajar até a Região, sem ter de enfrentar a quarentena profilática imposta pelo governo britânico no regresso à Inglaterra.
Contactado pelo DIÁRIO, o Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa, Rui Abreu, congratulou-se com a criação de ‘corredores de viagens regionais’ pelo Reino Unido, no início desta semana, que diferencia os territórios continentais dos territórios insulares, de um mesmo país, em caso de taxas de infeção divergentes.
No final desta semana, o Reino Unido retirou o continente português da lista de destinos seguros, mas manteve a Madeira e os Açores nos corredores verdes. Para Rui Abreu esta diferenciação advinda da criação de ‘corredores de viagens regionais’, é uma medida mais justa e de extrema importância, que deverá ser entendida em duas vertentes.
“Se, por um lado a mobilidade destes madeirenses, que representam uma fatia importante de pessoas que viajam para a Madeira, fica garantida, por outro lado, este é o reconhecimento por parte da comunidade internacional do excelente desempenho do Governo Regional na contenção da pandemia”.
Sobre a mobilidade, Rui Abreu, afirma que esta é fundamental para a comunidade radicada no Reino Unido, seja para passar férias, visitar a família, seja para tratar de negócios ou outras questões de fórum pessoal.
“Se a quarentena fosse obrigatória para os madeirenses que entram no Reino Unido, em termos práticos isso resultaria como se tivéssemos mais uma fronteira encerrada, à semelhança de outros países de acolhimento”.
“Infelizmente, são muitos os constrangimentos que os nossos concidadãos que residem em países como a África do Sul, a Venezuela ou a Austrália, têm de enfrentar. Nestes países o vírus ainda está muito ativo e os espaços aéreos foram fechados aos voos regulares, o que impede qualquer viagem. A ordem é permanecer onde estão, e cumprir todas as regras sanitárias”.
Rui Abreu faz uma segunda leitura da decisão britânica em criar ‘corredores de viagens regionais’. “Esta decisão vem provar que as medidas adotadas atempadamente pelo Governo Regional para conter a propagação do vírus, estavam corretas, como seja o uso da máscara de proteção individual, os testes realizados à chegada dos aeroportos da Região, ou os testes PCR feitos na origem com 72 horas de antecedência”.
Acerca da decisão do Reino Unido, o diretor das Comunidades diz que “a decisão já era expectável”, quando na semana passada o País de Gales e a Escócia divergiram das medidas do governo britânico e aplicaram um critério diferenciador para o mesmo país, dividindo-o em territórios continentais e insulares, tendo em conta a taxa de infeção.
Logo no início desta semana, o Reino Unido anunciou que iria criar “corredores de viagens regionais”, o que significa que a isenção da quarentena na chegada a Inglaterra poderia ser aplicada de forma diferente a ilhas e território continental de um mesmo país, caso tivessem taxas de infeção divergentes, o que acabou por acontecer no caso de Portugal.
É uma medida mais justa, tendo em conta o baixo número de casos existentes e os zero óbitos na Região, concluiu.
in DN-Madeira 13.09.2020