A possível elevação das Ilhas Selvagens e das Levadas da Madeira a Património Mundial da UNESCO está mais perto.
O primeiro passo em direcção a essa consagração a património mundial foi dado pelo Governo Regional, que propôs à Comissão Nacional da UNESCO, que incluísse as Selvagens e as Levadas na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial.
Esta lista é um instrumento de planeamento e de preparação de candidaturas onde os países assinalam os seus bens culturais, naturais e mistos para que possam ser propostos e estarem em condições de os representar na candidatura anual que podem submeter.
Apresentando os grandes argumentos dessas nomeações e enaltecendo todo o valor e potencial daquilo que é naturalmente madeirense, a Comissão Nacional ouviu o executivo regional e informou ontem Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional, de que foi tomada a decisão de incluir as Ilhas Selvagens e as Levadas da Madeira na lista indicativa.
A inclusão das Ilhas Selvagens e das Levadas na listagem é um passo importante e necessário para a classificação destes Bens regionais como Património Mundial.
A Comissão Nacional explica que a decisão foi tomada com base na avaliação de um painel de especialistas que analisaram o potencial Valor Universal Excepcional dos Bens propostos pelo Governo Regional, à luz das exigências da Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural.
“Importantes para toda a Humanidade”
No resumo da avaliação das Levadas, a Comissão Nacional da UNESCO classificou o Bem como “uma peça notável e invulgar das história”, sublinhando que as Levadas são “indiscutivelmente um património cultural tão excepcional que transcende as fronteiras nacionais e se reveste de carácter inestimável para as gerações actuais e futuras”, referem. “Assim sendo, a protecção permanente deste património é da maior importância para toda a Humanidade.”
Em comparação com outros Bens semelhantes às Levadas, a Comissão admite que as Levadas da Madeira não são um sistema de irrigação exclusivo da Região, mas consideram que distinguem-se de outros sistemas hidráulicos no que diz respeito “às condições adversas de acessibilidade e edificação conferidas pela geomorfologia da ilha e pela grandiosa extensão de canais ou aquedutos erigidos numa ilha de pequena dimensão”.
Em relação às Ilhas Selvagens, a entidade descreve o património como “bem natural” e um “componente terrestre e marinho”, apontando que as espécies e os habitats marinhos e algumas especificidades das ilhas justificam o Valor Excepcional do Bem e “a relevância do seu papel inegável a nível nacional e mesmo a nível regional”.
A Comissão Nacional recomendou ao Governo Regional, no final de cada avaliação, que o estudo comparativo com bens idênticos seja melhorado.