Os empresários madeirenses na Diáspora têm tido um papel importante na recuperação urbanística do Funchal, com vários projetos no terreno.

Diáspora peso reabilitação urbana

 

A constatação é do Diretor Regional das Comunidades e Cooperação Externa que, apesar de atualmente haver um abrandamento nos investimentos pela situação pandémica que se vive, destacou que, nas reuniões que tem mantido no âmbito da iniciativa da Direção Regional, denominada 'Ciclo de Reuniões com Investidores e Empresários da Diáspora Madeirense', tem sido notória essa aposta dos conterrâneos ou lusodescendentes em investir na Madeira, desta feita, em edifícios na Zona Velha, Sé, Rua da Carreira, Rua das Hortas, entre outras.
Por exemplo, recdentemente, Rui Abreu recebeu dois empresários lusodescendentes responsáveis pelos projetos hoteleiros Quinta da Torrinha e o hotel da cadeia Axel, na Zona Velha, investimentos na ordem dos 12,5 milhões de euros, no global. De salientar que o hotel previsto para a Zona Velha aguarda por licenciamento "há mais de um ano", tendo o governante recordado que o processo envolve outras entidades, como a autarquia, mas comprometeu-se a "ajudar no que for possível para que a obra vá para o terreno o mais rápido possível".
Num outro encontro inserido no ciclo de reuniões que tem dinamizado, Rui Abreu recebeu um empresário sul-africano com vários investimentos imobiliários na Região. O seu grupo está a apostar num investimento hoteleiro na zona do Mercado, para além de ter previsto para um futuro próximo a construção de um empreendimento de luxo no Largo do Colégio.
Na Rua das Hortas, está a ser reabilitado um prédio, um projeto de um emigrante da Venezuela, havendo ainda empreendimentos da África do Sul, na Rua dos Aranhas e Rua Ivens. Será ainda construído um hotel, também de um empresário venezuelano, na zona da Sé do Funchal, que vai mudar todo o quarteirão. Recorde-se que será construído um hotel de cinco estrelas do grupo espanhol Barceló do empresário madeirense que vive na Venezuela Anaclet teixeira. Este será um investimento na ordem dos 25 milhões de euros.
Também este empresário madeirense tem em mãos um projeto de luxo na Avenida do Infante, um investimento na ordem dos 4 milhões de euros, na recuperação de uma moradia, nas imediações do Centro de Congressos da Madeira.
Expostos estes exemplos, Rui Abreu não tem dúvidas da "importância da Diáspora nos investimentos na área da reabilitação urbana no Funchal".
O diretor regional das Comunidades e Cooperação Externa entende que "a reputação da Madeira saiu muito reforçada devido à forma como o Governo regional lidou com a covid-19. O facto de, até ao momento a Região registar poucos infetados e nenhum óbito" contribui para esta vontade.
Alguns empresários da Diápora já manifestaram interesse em apostar na Região, em investimentos ao nível do turismo e residencial, para além de quererem fazer cá férias ou ter casa.
Rui Abreu adiantou que tem notado esse interesse crescente nos empresários da Diáspora, apesar do momento atual que atravessa o mundo, devido à covid-19. Entende que o abrandamento que está a existir no momento também se deve ao facto de as ligações aéreas estarem condicionadas para países como a Venezuela, África do Sul ou Reino Unido, onde vivem largos milhares de madeirenses.
E espera que, nas próximas reuniões que irá manter no âmbito do ciclo de encontros com a Diáspora haja mais empresários interessados em investir, lembrando que a sua Direção Regional congrega não só as Comunidades como também a Cooperação Externa, e nesse sentido, o Governo pretende ajudar ao nível da informação sobre os mecanismos existentes na Região que poderão atrair mais investimento externo, como é o caso da Invest Madeira.

in JM-Madeira 22.07.2020