Mesmo em tempos de pandemia e com todas as restrições sobre as fronteiras ainda em vigor, os cidadãos asiáticos continuam a ter os documentos de viagem que abrem mais portas e o Japão está no topo da classificação, oferecendo acesso sem visto ou na chegada a 191 destinos em todo o mundo, segundo o último relatório do ‘ Henley Passport Index‘ que mede periodicamente os passaportes que oferecem maior facilidade em viajar.
Neste terceiro relatório do ano, divulgado no início desta semana, Singapura está em segundo lugar (com uma pontuação de 190) e a Coréia do Sul empata com a Alemanha em terceiro (com 189).
O passaporte português ocupa, neste mês de julho, a sexta posição, o que significa que o documento dá entrada sem visto em 186 países, e que a classificação obtida em abril passado se mantém, mesmo com todos os impactos e restrições da pandemia.
Em janeiro deste ano, o Henley Passport Index, colocava Portugal no sétimo lugar da lista dos passaportes mais poderosos do mundo.
A classificação padrão, no entanto, não leva em consideração as proibições temporárias, explica a promotora do estudo, a Henley & Partners, em comunicado.
Na semana passada, a União Europeia (UE) divulgou uma lista dos 14 países cujos cidadãos têm permissão para entrar a partir de 1 de julho, meses depois de fechar as fronteiras externas em resposta à pandemia da Covid-19.
Nesta lista, o Japão e a Coreia do Sul obtiveram luz verde no que diz respeito aos critérios de saúde e segurança da UE relacionados ao coronavírus, assim como a Austrália e o Canadá (em nono lugar no Henley Passport Index).
No entanto, observa a Henley & Partner’s, “numa decisão que traduz uma repreensão pela forma errada como lidaram com a pandemia”, os Estados Unidos foram excluídos, ao lado do Brasil e da Rússia.
Atualmente, os Estados Unidos estão em sétimo lugar no índice oficial, mas sob a proibição atual da UE, os americanos têm o mesmo nível de liberdade de viagem que os cidadãos do México (n.º 25 no Índice Henley Passport, com uma pontuação de 159) e Uruguai (n.º 28, com uma pontuação de 153).
Da mesma forma, a ausência do Brasil da lista de países acolhidos pela UE significa que, embora no ranking oficial de Henley seja o 19.º, na realidade está num lugar mais próximo do Paraguai (36.º no índice, com 142) .
Já no caso de Singapura, na segunda posição no Henley Passport Index, ter sido excluída da lista da UE significa que os seus portadores de passaporte, atualmente, têm muito menos liberdade de viagem do que os outros países no pódio: Japão, Coreia do Sul e Alemanha.
“O impacto da recente decisão da UE será abrangente. Como já vimos, o impacto da pandemia na liberdade de viajar foi mais drástico e duradouro do que o inicialmente previsto. Esta última decisão da UE indica que há mais agitação a caminho”, afirmou Christian H. Kaelin, presidente da Henley & Partners e criador do conceito de índice de passaporte, em análise a estes resultados.
Assim, os melhores passaportes para manter em 2020 são:
1. Japão (191 destinos)
2. Singapura (190)
3. Coreia do Sul, Alemanha (189)
4. Itália, Finlândia, Espanha, Luxemburgo (188)
5. Dinamarca, Áustria (187)
6. Suécia, França, Portugal, Países Baixos, Irlanda (186)
7. Suíça, Estados Unidos, Reino Unido, Noruega, Bélgica (185)
8. Grécia, Nova Zelândia, Malta, República Checa (184)
9. Canadá, Austrália (183)
10. Hungria (181)
Os piores passaportes para ter serão:
103. Coréia do Norte (39 destinos)
104. Líbia, Nepal, território palestino (38)
105. Somália, Iêmen (33)
106. Paquistão (32)
107. Síria (29)
108. Iraque (28)
109. Afeganistão (26)
O Henley Passport Index é baseado nos dados fornecidos pela Autoridade Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e abrange 199 passaportes e 227 destinos de viagem. É atualizado em tempo real ao longo do ano, à medida que as mudanças na política de vistos entram em vigor.
O Índice de Passaportes da Arton Capital leva em consideração os passaportes de 193 países membros das Nações Unidas e seis territórios – ROC Taiwan, Macau (SAR China), Hong Kong (SAR China), Kosovo, Território da Palestina e Vaticano. Os territórios anexados a outros países estão excluídos. O seu índice de 2020 coloca o Japão e a Nova Zelândia no topo, com uma pontuação de 118 sem visto.
in executive digest 08.07.2020