Vinte e quatro portugueses foram repatriados sábado -sete deles da Madeira – da Venezuela, país onde ficaram retidos devido à pandemia da covid-19, avançaram fontes diplomáticas à agência Lusa.

Voo que trouxe sete madeirenses aterrou sábado em Madrid

 


“Foram repatriados num voo da Plus Ultra, organizado pela Espanha, que partiu com mais de 376 passageiros a bordo, europeus de diferentes nacionalidades”, explicou uma das fontes.
O voo, deveria ter partido do Aeroporto Internacional Simón Bolívar de Maiquetía (28 quilómetros a norte da capital) pelas 17h00 locais (22h00 de sábado de Lisboa), mas registou “um atraso de mais de cinco horas e 45 minutos” e aterrou em Madrid às 13h00 (12h00 na RAM), conforme informação recebida pelo JM.
Uma vez que não existem, atualmente, quaisquer restrições à circulação entre Espanha e Portugal, os portugueses que iam no voo organizaram, eles próprios, a sua entrada em Portugal e a ida para o seu destino final, apurou o JM.
Entre os portugueses, segundo fontes diplomáticas, encontram-se os sete cidadãos oriundos da Madeira, referidos anteriormente, que vão ter que viajar depois de Madrid para Lisboa e para o Funchal, devendo submeter-se novamente a testes à covid-19 e, se necessário, fazer quarentena.
As restrições locais, com motivo de quarentena preventiva da covid-19, obrigaram à emissão de “salvo-condutos” para que os passageiros a serem repatriados possam chegar até à cidade de Caracas e, daí, até ao aeroporto, num dia em que foi notório um reforço das operações de controlo de circulação implementadas pelas autoridades venezuelanas.
“Desde cedo, as saídas e entradas da cidade, estiveram fortemente controladas. A polícia parava todos os carros, observava o interior das viaturas, pedia o salvo-conduto e questionava o motivo da circulação”, explicou Daniel Gonzálvez à agência Lusa. Desde março, 256 portugueses foram repatriados da Venezuela, 181 deles a 13 de junho, num voo organizado por Portugal, entre eles 68 nacionais oriundos da Madeira, que ficaram retidos na Venezuela, devido à quarentena provocada pela pandemia do novo coronavírus, conforme o JM noticiou aquando da viagem.
As autoridades consulares portuguesas estão atentas a eventuais pedidos de mais portugueses, com residência em território português, que pretendam ser repatriados, num próximo voo, devendo para tal notificar os consulados-gerais de Portugal nas cidades venezuelanas de Caracas e Valência.
Por outro lado, a oposição venezuelana denunciou que em Espanha estão retidos, devido à quarentena, entre 700 e mil venezuelanos que não puderam ainda regressar ao país, muitos dos quais sem recursos económicos.
Segundo o diário venezuelano El Nacional, o Governo do Presidente Nicolás Maduro, não permitiu que nos quatro voos de repatriamento realizados até agora pela Espanha, regressem a Caracas, cidadãos da Venezuela, exigindo que o repatriamento seja efetuado pela companhia aérea Conviasa.
No entanto, segundo o portal Crónica Uno, mais de 60 pessoas conseguiram embarcar para Caracas, sexta-feira, no avião da Plus Ultra (que traria sábado os europeus repatriados), apesar de não existir uma lista de espera ou de passageiros, presumindo-se que “são em maioria próximos do Governo de Nicolás Maduro”.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 6.537 casos de pessoas infetadas e 59 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão ainda dados como recuperados 2.100 pacientes.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a epidemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.
in JM-Madeira 06.07.2020