O enfermeiro português Luís Pitarma afirmou ter ficado “comovido” quando o primeiro-ministro britânico agradeceu os cuidados prestados durante a hospitalização com covid-19 e descreveu como “surreal” o telefonema imediato do Presidente da República de Portugal.
“Não tenho palavras para descrever como me senti quando vi [o vídeo]. Deixou-me bastante comovido. Fiquei realmente surpreendido, mas muito feliz. Eu nunca pensei que teria um destaque assim. A mensagem do primeiro-ministro realmente veio do coração. Foi a mensagem mais honesta que eu já vi”, disse num depoimento publicado pelo hospital St. Thomas.
Pouco depois de receber alta do hospital, onde esteve internado uma semana devido a um agravamento dos sintomas -incluindo três noites nos cuidados intensivos – Johnson publicou um vídeo na rede social Twitter a agradecer aos vários profissionais de saúde que considera lhe terem salvo a vida, e destacou o profissional de saúde português. “E espero que não se importem se eu mencionar em particular dois enfermeiros que ficaram ao meu lado durante 48 horas quando as coisas poderiam ter dado para o torto. São a Jenny da Nova Zelândia, Invercargill, na Ilha Sul, para ser exato, e Luís, de Portugal, perto do Porto”, disse o chefe do governo britânico.
O enfermeiro, citado pelo portal Impala, disse ter ficado “muito orgulhoso”, não só por si, “mas por toda a equipa”.
Horas depois, Marcelo Rebelo de Sousa, entrou em contacto por telefone com o enfermeiro para expressar o agradecimento e orgulho. “Foi surreal, mas fiquei muito orgulhoso de receber o telefonema dele. Ele mostrou-se agradecido pelo que fiz, por ser enfermeiro e por representar o país”, revelou o enfermeiro.
“Ser agradecido pelo primeiro-ministro e pelo Presidente português nas mesmas horas foi incrível, eu realmente não podia acreditar no que estava a acontecer. Aparentemente, eu sou uma celebridade em Portugal agora! É ótimo conseguir mais reconhecimento para os enfermeiros de lá”, escreveu.
No texto publicado, o enfermeiro português admite que ficou nervoso quando foi informado pelo enfermeiro-chefe que tinha sido escolhido para vigiar o primeiro-ministro britânico porque “estava confiante que ia aguentar bem com a situação”. “Eu perguntei como é que ele gostaria de ser tratado e ele disse-me para o tratar por Boris. Isso deixou-me menos nervoso porque ele afastou qualquer formalidade. Ele só queria ser tratado como qualquer outra pessoa”, terminou.