Bruxelas, 16 mar 2020 (Lusa) -- O número de travessias ilegais de migrantes nas fronteiras externas da União Europeia (UE) caiu 42% em fevereiro para cerca de 6.200, num total de 16.900 casos nos dois primeiros meses de 2019, anunciou hoje a Frontex.

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Dados hoje divulgados pela Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas, a Frontex, indicam que a rota migratória do Mediterrâneo Oriental continuou, no mês passado, a ser responsável pela maior parte destas deteções ilegais, embora também aqui se tenha assistido a uma redução de 42% face a janeiro para 2.500.

A Frontex ressalva que estes números não refletem o "aumento do número de migrantes que tentaram entrar na Grécia desde o início de março", altura em que a Turquia anunciou que iria abrir as suas fronteiras para permitir a passagem de migrantes e refugiados sírios, numa forma de pressionar a UE, apesar do acordo migratório celebrado entre Ancara e Bruxelas e que deverá, brevemente, ser atualizado.

Isto colocou pressão sobre Atenas e levou Bruxelas a atuar para tentar conter aquilo que qualificou como chantagem política de Ancara.

Nesta rota, os afegãos foram a principal nacionalidade detetada, equivalendo a um em cada três migrantes irregulares detetados, seguidos pelos cidadãos sírios e turcos.

Na rota do Mediterrâneo Central, verificou-se também uma redução em fevereiro face ao mês anterior, de quase três quartos para pouco mais de 450.

Aqui, as três principais nacionalidades detetadas foram as do Bangladesh, Argélia e Costa do Marfim.

Já na rota do Mediterrâneo Ocidental, o número de travessias permaneceu praticamente inalterado em relação ao mês anterior, em cerca de 1.200, com os argelinos a serem responsáveis por perto de metade das deteções ilegais.

No que toca aos Balcãs Ocidentais, registaram-se mais de 1.250 casos de travessias ilegais, menos de metade do número do mês anterior, e referentes principalmente a cidadãos da Síria e Afeganistão.

Os números dão conta das travessias ilegais detetadas pelos agentes da Frontex e podem, nalguns casos, ser referentes ao mesmo migrante que tentou entrar várias vezes em locais diferentes das fronteiras externas da UE.

In «Porto Canal»