Entre 2015 e 2017, o número de emigrantes portugueses que entrou no Reino Unido passou de 32 mil para 23 mil, o que representa uma quebra de cerca de um terço em dois anos.
Essa quebra foi mais pronunciada entre 2016 e 2017 (-26%). No entanto, nos três primeiros trimestres de 2019 houve novo crescimento da emigração portuguesa para o Reino Unido.
Embora os dados disponíveis não incluam ainda os valores do último trimestre, tudo indica que mais de 21 mil portugueses tenham entrado no Reino Unido em 2019, um aumento de 15% em relação a 2018.
Segundo os dados do Department for Work and Pensions, foram 17,910 os portugueses que entraram no Reino Unido entre janeiro e setembro de 2019. Aquele organismo britânico contabilizou, para o mesmo período, um total de 575,622 entradas de estrangeiros no Reino Unido, tendo os portugueses representado 3.1% desse total.
Em relação ao mesmo período de 2018 (janeiro a setembro), o número de portugueses que entrou no Reino Unido aumentou cerca de 40%, passando de 13,212, em 2018, para 17,910, em 2019. Este aumento foi mais marcado do que no conjunto das entradas de migrantes no Reino Unido (+26%), mas a evolução da emigração portuguesa acompanhou a tendência geral de inversão do decréscimo das entradas no Reino Unido em vésperas do Brexit.
Este crescimento, para além de poder incluir alguns casos de regularização de situações de emigração anterior, dever-se-á provavelmente à perceção de que, depois do Brexit, poderá ser mais difícil emigrar para o Reino Unido: “agora ou nunca” será a razão de um crescimento de última hora já conhecido noutros casos, como, por exemplo, quando no México se sabe de intenções de maior fechamento da fronteira dos EUA à imigração do Sul.
Se acontecer o que se conhece noutros casos, é mesmo possível que o Brexit se traduza numa maior tendência para a fixação dos imigrantes presentes no país, dado o receio de que o abandono da União Europeia possa comprometer a possibilidade de circulação entre o Reino Unido e os países de origem.
Depois do Brexit, muitos portugueses a viver no Reino Unido poderão perguntar-se se será prudente sair do Reino Unido por uns tempos não tendo garantias, como agora, de que poderão regressar uns anos depois.