O pianista Filipe Pinto-Ribeiro dia 07 de janeiro na Filarmonia de Varsóvia, num concerto já esgotado, que marca a sua estreia na principal sala de concertos da Polónia, disse o músico à agência Lusa.

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“Irei interpretar os ciclos de ‘Estações’, de Tchaikovsky e de Piazzolla [‘Las cuatro estaciones porteñas’], e estrear na Polónia as ‘Quatro Últimas Estações’, de Eurico Carrapatoso”, disse o pianista, que lidera o DSCH – Schostakovich Ensemble.

A composição “Las cuatro estaciones porteñas”/“Quatro Estações de Buenos Aires”, de Astor Piazzolla, será interpretada segundo a nova versão transcrita por Marcelo Nisinman, para piano, para Filipe Pinto-Ribeiro.

Carrapatoso dedicou as “Quatro Últimas Estações”, ao pianista.

O convite para este concerto na Filarmonia Nacional de Varsóvia “seguiu-se ao sucesso dos recitais de piano que Filipe Pinto-Ribeiro realizou na Polónia em outubro do ano passado”, no Palácio Real de Varsóvia e no 10.º Festival Internacional de Piano de Cracóvia, segundo fonte da organização.

Pinto-Ribeiro afirmou à Lusa, por seu lado, que o seu objetivo é colocar em diálogo “a portugalidade de Carrapatoso, o novo tango argentino de Piazzolla e o romantismo russo de Tchaikovsky”, ou seja, três ciclos de “estações”, “três linguagens, três mundividências e três países que se cruzam”, em três diferentes séculos – XXI, XX e XIX.

À múltipla trilogia, o pianista pretende associar as suas raízes portuguesas e uma dimensão que o “tem levado por esse mundo fora”, a começar pelos tempos em que fez o doutoramento no Conservatório Tchaikovsky, de Moscovo.

Sobre “As Estações”, do compositor russo, Pinto-Ribeiro apontou-as como “uma obra extraordinária, de grande exigência técnica e conceptual”.

“Foi o primeiro grande ciclo que gravei, em 2000, após profunda investigação, quando estava a estudar em Moscovo, e espero que, prosseguindo a excelente repercussão que obtive nos meus recitais anteriores em França e nos Estados Unidos, corresponda às expectativas do público e da crítica polaca”, disse.

A Orquestra Metropolitana de Lisboa, no seu sítio na Internet, refere-se ao pianista, natural do Porto, como um “poeta do piano”.

Pinto-Ribeiro é diretor artístico do Festival e Academia Verão Clássico, do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

O músico desenvolve uma intensa atividade solística e camerística, abrangendo um repertório vasto, que se estende do período barroco ao século XXI, e realiza frequentemente concertos, como solista, com orquestras e agrupamentos de câmara.

Entre os músicos com quem tem trabalhado contam-se grandes intérpretes como Renaud Capuçon, Gary Hoffman, Gérard Caussé, Michel Portal e José Van Dam, além da compositora russa Sofia Gubaidulina.

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