5,6% dos empregos registados na Segurança Social, ao nível nacional, são ocupados por imigrantes.
Em junho do ano passado, havia 193.663 empregos ocupados por cidadãos estrangeiros a descontar para a Segurança Social (SS) em Portugal, o valor mais elevado da década, avança o “Jornal Económico” esta quinta-feira. Este número significa que 5,6% dos empregos registados na SS, ao nível nacional, já são ocupados por imigrantes.
Tendo por base o valor médio dos ordenados brutos em Portugal - e assumindo que os imigrantes têm vencimentos 17% inferiores aos nacionais, como mostram estudos recentes do Banco de Portugal -, as receitas da Segurança Social com postos de trabalho ocupados por estrangeiros deverão ficar perto de 750 milhões de euros por ano.
“O impacto é muito positivo. Vários estudos indicam que o saldo para a Segurança Social de um imigrante – ou seja, a diferença entre o que contribui e o que recebe – é positivo”, diz João Cerejeira, professor de Economia na Universidade do Minho.
“Num contexto de envelhecimento da população ativa portuguesa, mais imigrantes jovens é sinónimo de melhoria do nível de sustentabilidade da segurança social portuguesa, baseada num sistema de redistribuição dos ativos para os não ativos”, explica.
Os imigrantes que têm chegado a Portugal nos últimos anos são cada vez mais qualificados. Entre o primeiro semestre de 2011 e o primeiro semestre de 2019, o peso da população estrangeira entre os 25 e os 64 anos com ensino superior duplicou de 15% para 30%, ao passo que nos nacionais essa percentagem passou de 17% para 26%.