O Presidente da República iniciou ontem e prolonga até ao dia 6, a primeira visita de Estado a Moçambique, país que considera a sua “segunda pátria” e com o qual partilha uma história de praticamente meio século. Marcelo Rebelo de Sousa pretende que esta visita ajude a fortalecer as relações entre os dois países nas vertentes económica, institucional, cultural e de cooperação.

Presidente visita Mocambique

Marcelo Rebelo de Sousa conheceu Moçambique entre os 19 e os 20 anos, em altura de férias dos estudos na Faculdade de Direito de Lisboa, durante o mandato do seu pai, Baltazar Rebelo de Sousa, como governador-geral (1968-1970) da então província ultramarina, em plena guerra colonial. Nesse período, nasceu a sua amizade com o pintor e poeta Malangatana, cujos quadros encheriam a sua casa em Cascais.
Regressa agora a Moçambique na qualidade de chefe de Estado, para uma visita que pretende ajudar a fortalecer as relações entre os dois países nas vertentes económica, institucional, cultural e de cooperação. É uma agenda cheia que Marcelo Rebelo de Sousa vai cumprir em quatro dias.
A agenda iniciou-se com uma deslocação ao Centro de Formação Profissional de Metalomecânica de Maputo onde tomou conhecimento com os projetos de formação ali existentes e inaugurou o novo Laboratório de Automação. Antes, na chegada ao hotel, em Maputo, deu um pequeno passeio a pé e conviveu com moçambicanos e portugueses nas ruas desta cidade.
Ainda no primeiro dia, o Chefe de Estado visitou as instalações da Cooperação Técnico-Militar Portuguesa em Moçambique e tomou conhecimento dos projetos que a cooperação tem em curso neste país. Após o almoço com os militares portugueses da Cooperação Técnico-Militar, Marcelo Rebelo de Sousa teve um encontro com Hilário, seu convidado nesta visita de Estado, e deslocou-se ao empreendimento da Promovalor/MotaEngil, na capital moçambicana.
O segundo dia iniciou-se com a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no Monumento aos Heróis Moçambicanos a que se seguiu um encontro com o seu homólogo moçambicano, Felipe Nyusi, com quem irá almoçar. O programa da tgarde será preenchido com uma visita à empresa de metalomecânica ‘Mecwide’, em Boane, e às instalações da empresa Sumol/Compal. A agendda concluí-se com um banquete oferecido pelo Presidente da República de Moçambique em honra do Presidente da República.
Na quinta-feira, dia 5, Marcelo Rebelo de Sousa será recebido pela Presidente da Assembleia da República de Moçambique, Verónica Macamo, um encontro que consta da agenda oficial e que é considerado simbólico porque representa o Parlamento no seu conjunto, num momento em que a instituição se encontra fechada. O ensino e a cultura preenchem a restante agenda de quinta-feira. Marcelo Rebelo de Sousa vai visitar a Escola Portuguesa de Moçambique e a Escola Secundária Estrela Vermelha, encontrando-se com alunos e professores. Oferce um almoço a académicos moçambicanos e inaugura a exposição de fotografias do Ministério da Educação de Moçambique, para de seguida encontrar-se com antigos bolseiros moçambicanos da Cooperação portuguesa que estudaram em universidades portuguesas
Termina o dia com um jantar onde estarão presentes criadores artísticos e culturais moçambicanos.
No último dia, o Chefe de Estado português recebe a Chave da Cidade de Maputo das mãos do presidente do Conselho Municipal. Tem ainda tempo para uma visita ao Mercado Municipal da capital moçambicana antes de visitar a Escola S. Francisco de Assis. Almoça depois compersonalidades moçambicanas das áreas política, social e religiosa para, de seguida, visitar o Instituto do Coração. O program da visita oficial a Moçambique termina com um encontro com a Comunidade Portuguesa naquele país e um jantar oferecido pelo Chefe de Estado português em honra do Presidente da República de Moçambique.
Da visita constam ainda reuniões com os três partidos com assento parlamentar na Assembleia moçambicana, Frelimo, Renamo e MDM (Movimento Democrático de Moçambique). Os encontros não integram a agenda oficial, mas não são considerados secretos. Belém acedeu aos pedidos feitos pelas forças políticas moçambicanas, embora recuse o papel de mediador.
A última visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique ocorreu em dezembro de 2015 para participar no Fórum Social e Económico de Mocambique e numa altura em que já era candidato à Presidência da República. “Quaisquer que sejam as funções que assumirei no futuro, está presente um tratamento privilegiado, um carinho especial e um entendimento natural que passa por muita gente moçambicana, muita dela responsável, e pelo estreitamento de relações entre países, instituições, economias, culturas e universidades”, declarou na altura em entrevista à agência Lusa.

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