Guilherme Silva, Presidente da Comissão Executiva dos 600 Anos do Descobrimento das Ilhas da Madeira e do Porto Santo, teve a honra de abertura do II Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora, que decorre hoje no Funchal.
Deu as boas vindas aos presentes, refugiando-se na história da Madeira, lembrou que os emigrantes “são os verdadeiros depositários da fé, carácter, espírito de aventura dos navegadores que desbravaram caminho” até às ilhas e mais além, acreditando que a “ligação dos madeirenses às suas raízes é indestrutível”, daí ter pedido que se vai ser mexida na Constituição por causa da violência doméstica, é altura de ser alterada à “autêntica violência que é os emigrantes não poderem votar para eleger representantes na sua terra”, pediu
O ex-deputado e líder parlamentar do PSD na Assembleia da República, salientou que sem o contributo da Madeira a expansão não teria atingido a dimensão que assumiu. Citou Vitorino Nemésio, sobre o madeirense que nunca perdeu o sentido prático endereçado às empresas duradouras. Os que aqui chegaram revelam o espírito de partir, indissociado do nosso passado, aliás razão primeira deste encontro. Homenagem a Alberto Vieira, historiador recentemente falecido, que teve papel importante ao contar no papel dos madeirenses tiveram na expansão portuguesa por terras mais além, África, Brasil, Estados Unidos, Havai, Caraíbas. Venezuela, etc etc.
Madeirenses, frisou, que pediam pagamento de alimentos em atraso ao governador de Safim, ao que parece ainda hoje há uns pagamentos em atraso por acertar com a República, atirou aos presentes. Por força do peso do nosso passado, criou-se a ideia que a nossa emigração, disse Guilherme Silva, não tendo qualificações literárias superiores, os impedia de ascender nas sociedades onde se integraram, mas a verdade é que conseguiram para si, para os seus descendentes.
Hoje, argumentou ainda, felizmente, temos descendentes nossos nos mais importantes cargos dos países onde se integraram. Levamos a nossa cultura ao mundo, mas também trazemos outras culturas nesse vai e vem, numa estrada de dois sentidos.
Citou Horácio Bento de Gouveia, seu antigo professor, que num dos seus livros falava das saudades dos emigrantes em cartas, que de forma notável retrata essa alma madeirense que não nos larga., ligação às raízes que é indestrutível. Com um peso de cinco a dez vezes mais madeirenses espalhados pelo mundo do que aqueles que cá vivem, Guilherme Silva disse que é nesta era da globalização que ganha dimensão incomensurável o papel da Madeira no mundo.