A escritora que faleceu, hoje, aos 96 anos de idade, no Porto, também marcou a história literária da Madeira.
Agustina Bessa-Luís inspirou-se nos cenários da ilha, tendo publicado, em 1987, ‘A Corte do Norte’, considerado um dos seus mais belos romances. Trata-se, segundo a crítica, de um enredo pós-romântico de traições, paixões e desacertos, que narra a história de cinco gerações de mulheres.
Em 2009 estreou, no cinema, o filme do realizador João Botelho adaptado do romance histórico homónimo de Agustina.
‘A Corte do Norte’ evoca a freguesia de Ponta Delgada, em São Vicente.
A escritora esteve, por diversas vezes, na Região. Em Dezembro de 2002 e em entrevista concedida ao DIÁRIO, abordou as incertezas, o vazio de referências com que a humanidade se confrontava e a banalidade do mal. Mas acreditava numa perseverança redentora do ser humano. «É melhor ser mais modesto e mais feliz, abandonar essas grandes metas que no fim de contas não interessam», afirmou à nossa reportagem.
Nesse ano Agustina veio à Região participar numa conferência no Golden Gate, no âmbito dos jantares literários que se realizavam à época. Na ocasião abordou a lenda de Machim e de Ana D’Arfet.