O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje que quanto mais depressa o Reino Unido decidir, melhor é para todos, sublinhando que se puder ser nas próximas semanas ou meses, é melhor que um adiamento ou indefinição.
"Quando eu digo quanto mais depressa melhor, que é a posição de Portugal, do Presidente e do Governo português, significa se puder ser nas próximas semanas, melhor que nos próximos meses, nos próximos meses melhor que um adiamento ou uma indefinição", afirmou.
O chefe de Estado, que falava à margem da visita ao armazém do Banco Alimentar do Porto, em Perafita, recusa, contudo, que haja risco de contaminação da União Europeia que, nesta matéria, sublinhou, tem sido "muito coesa na maneira de tratar este problema".
Ainda assim, para o Presidente, é importante conhecer qual a posição definitiva do Reino Unido e, quanto mais depressa, salienta, "melhor para todos".
"A decisão é britânica. Não somos nós a substituirmos a decisão britânica. Nós podemos ter as preferências. Se me perguntasse qual a preferência, que eu já formulei cem vezes: a de que não tivesse havido a votação de uma saída da União Europeia. Agora não é isso que está em causa. O que está em causa é o Reino Unido decidir, e decidir o mais rápido possível, porque isso é bom para todos, para a União Europeia, para o Reino Unido e para o que é mais importante, para as pessoas", defendeu.
Na sexta-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou a sua demissão de líder do Partido Conservador. Disse que o trabalho do próximo líder no Reino Unido - "ele ou ela" - "é sair da UE de forma adequada, e concluir o 'Brexit'".
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou, na sexta-feira, a sua demissão de líder do partido Conservador para deixar que um sucessor assuma o processo de saída do Reino Unido da União Europeia e concretize o 'Brexit'.
A demissão de Theresa May da liderança do Partido Conservador será formalizada na sexta-feira 07 de junho, após a visita de Estado do Presidente dos EUA, Donald Trump, para que a eleição interna comece na semana seguinte.
Numa declaração à porta da residência oficial, em Downing Street, a primeira-ministra britânica disse ter feito o possível para convencer os deputados a aprovar o acordo que negociou com Bruxelas para fazer o Reino Unido sair da União Europeia UE, mas que, "infelizmente", não conseguiu.
"Tentei três vezes. Penso que fiz bem em persistir, mesmo quando as probabilidades de insucesso eram altas. Mas é claro agora, para mim, que é melhor para o país que um novo primeiro-ministro lidere esse processo", acrescentou.
Apesar de ter votado num referendo em 2016 para sair da UE, o chumbo por três vezes no parlamento britânico ao acordo de saída negociado com Bruxelas obrigou o governo adiar a data do 'Brexit', cujo prazo foi diferido para 31 de outubro.