Por iniciativa da embaixada de Portugal em Pretória, em colaboração com a coordenação de ensino de Português na África do Sul, realizou-se na manhã do penúltimo sábado, 11 de Maio, nas suas instalações oficiais, nesta cidade, uma cerimónia de homenagem aos alunos luso-descendentes com funções de liderança (“school lideres”), nas escolas que frequentam em Pretória e Joanesburgo, cargos particularmente prestigiantes no âmbito do sistema educativo, em termos de currículo de entrada para a universidade, e para o mercado de trabalho, assim como para os alunos de outras nacionalidades que escolheram o Português como língua de opção.

EmbaixadaDePortugalPretoria

Antes da entrega dos certificados foram pelo coordenador do ensino de Português na África do Sul, Carlos Gomes da Silva, dadas as boas-vindas aos alunos que ali iriam ser distinguidos e aos familiares que os acompanhavam, após o que em conjunto e em coro foram pelos presentes cantados, pelo duo “Muffinz”, que com Roberto Adão ali actuaram em variedades, o hino nacional sul-africano, e pelo embaixador Manuel de Carvalho, o do nosso país, sublinhados com grande salva de palmas.

O primeiro orador ali naquela manhã foi o embaixador Manuel de Carvalho, que começando por a todos saudar com amizade e se referir à alteração, em termos de data e funcionamento desta cerimónia em relação aos anos anteriores, não fora para fugir ao frio que em Junho se faz sentir, mas sim e como importante por a 5 de Maio ser celebrado o “Dia Mundial da Língua Portuguesa”, e como tal extensivo aos países da “CPLP”, Comunidades dos Países de Língua Portuguesa, nos diferentes continentes, em termos de cultura, educação, negócios, ciências e desporto, se mostrar radiante pelo grande número de luso-descendentes que ali iriam ser distinguidos com diplomas.

Incentivando-os a aprender o Português, como língua hoje praticamente falada em todo o mundo, por conseguinte e devido à sua importância, introduzida no currículo escolar sul-africano, com toda a vantagem em posteriores oportunidades profissionais, a todos desejando uma vida de sucesso, e que continuem a sentir como valor acrescentado, orgulho nas suas origens e dignificarem o nome de Portugal.

A seguir dirigiu-se ali em inglês aos presentes, vinda de Portugal para o efeito, Ana Mateus, directora do Ministério de Ensino Superior e de Ciências, para nas suas palavras referir que a sua vinda à África do Sul faz parte de um projecto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que se chama estudar e investir em Portugal, e que está enquadrado no novo portal que foi lançado recentemente, cujo objectivo é atrair e captar mais alunos para o ensino superior português, e fazer uma demonstração da qualidade do ensino e investigação em Portugal, afirmando mais à frente:

“Um dos objectivos que também está ligado a esta minha deslocação, assim como

outras que se irão fazer a

diferentes zonas do globo, é reunir com as comunidades de luso-descendentes que sabemos serem muito importantes nos países de acolhimento, e explicar as vantagens não só da língua portuguesa, mas de poderem estudar em Portugal, em universidades neste momento de cotação em redes europeias e internacionais, e que permite aos alunos terem uma nova perspectiva, não só do mundo, como de Portugal para quem não conhece”.

O ensino superior português, continuou Ana Mateus, “teve uma revolução drástica nestes últimos 20 anos, daí podermos estar a um nível comparado com qualquer país europeu ou outros internacionais, incluindo o ensino “bilingue”, e aquilo que procuramos é estar ao pé dos melhores, e para isso podermos ter os melhores alunos connosco, como é o projecto do ministério a que pertenço, em pretender disseminar o ensino e investigação em Portugal”.

“Nós temos um ensino que faz parte de uma rede internacional de instituições acreditadas, e como muito importante também reconhecemos as habilitações estrangeiras, no caso da África do Sul para os filhos dos nossos compatriotas radicados neste país, que é poderem ir para Portugal e verem reconhecidas as suas habilitações, incluindo um sistema aberto para membros de qualquer cultura, de qualquer país e nacionalidade, daí sermos reconhecidos como povo amável, que recebe bem qualquer visitante, neste momento com condições no nosso ensino superior para acolher alunos da África do Sul, com quem gostaríamos de contar com eles no futuro”.

Segundo ali soubemos há uma percentagem de sete por cento para os alunos filhos de emigrantes portugueses que queiram estudar em Portugal, vantagem que não está a ser aproveitada, não obstante com a “matric” poderem entrar em qualquer universidade, inclusivamente em medicina, caso tenham notas para tal, para em ralação a propinas, enquanto na África do Sul varia entre os 11 e os 20 mil randes por ano, em Portugal é de 800 euros anuais, e se o aluno for de origem portuguesa há nessas universidades uma bolsa de estudo para os mais desfavorecidos.

Depois de todas essas cerimónias, e como habitualmente vem acontecendo neste tipo de homenagem estudantil, foram os alunos e acompanhantes convidados para um ligeiro convívio, preparado com algumas guloseimas e petiscos típicos da nossa gastronomia, onde entre a doçaria figuravam os nossos famosos pastéis de nata e bolos de arroz, acompanhados de alguns sumos, café e chá, à disposição de todos, numa gentileza da nossa embaixatriz Joana de Carvalho, a merecer com isso uma salva de palmas dos que disso beneficiaram.

In «O Século de Joanesburgo»