Nos primeiros passos no pontão da Fajã dos Padres, de costas para o mar, somos obrigados a levantar a cabeça o máximo possível para conseguir ver o topo da arriba.

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Vemos o elevador desactivado, de um lado, e, do outro, o teleférico que nos levará mais tarde para cima. Mas só depois do ‘banquete’.

Na Fajã dos Padres há cultura de bananeiras, pêra-melão e outras frutas, além de vegetais e legumes. Verde é o que não falta. Mas isso só veremos depois, porque na esplanada do restaurante esperam-nos os cozinheiros da equipa do chef Octávio Freitas, prontos não só para cozinhar como também para nos explicar o que vão preparar.

Tudo fresco, tudo dali. Canapés de ovas de peixe espada, canapés de gaiado e de peixe gata, cavala com batata doce, ceviche de atum e outras ternuras para o paladar, sempre na companhia de ponchas tradicionais, de tangerina e de maracujá.

Já com o estômago forrado, ou até praticamente sem apetite para almoçar, alguns aventuram-se a um mergulho no mar, refrescante sem ser frio e libertador como só o mar alto consegue ser. Mar alto, sim, porque ali, mesmo junto à costa, o mar já é bem profundo.

É hora de almoço e, houvesse ou não apetite, todos repetem o delicioso arroz com lapas e lima, feito numa frigideira como as que os espanhóis usam para fazer paelha. A acompanhar ou a liderar o prato, impossível decidir, há atum na brasa, alto e mal passado, temperado apenas com flor de sal, porque quando o peixe é bom não precisa de complicações.

Há fruta exótica para os portugueses do continente, que para madeirenses é caseira, como o maracujá dito normal, mas também maracujá-banana, tamarilhos, anonas e pitangas. Como se não bastasse, há gelados com sabores de Vinho Madeira, Banana com Amendoim, Uva Americana e Tamarilho.

Depois do café é tempo de explorar a Fajã dos Padres, que, segundo explica Catarina Vilhena Correia, da família dos proprietários, tem nove casas para alojamento. Uma opção para descomprimir, dormindo a ouvir o mar rolar nas pedras. Além dos mergulhos no mar e do peixe e marisco frescos, os hóspedes da Fajã também podem usar gratuitamente o teleférico, que leva três minutos até ao topo, para explorarem o resto da ilha.

É esse teleférico que nos leva ao topo da arriba, onde nos espera um autocarro descapotável para uma viagem até ao Reid’s, em curva e contra-curva para apreciar as paisagens de mar e montanha.

No dia seguinte, após o anúncio de que a Madeira vai receber pela quinta vez o Congresso da APAVT, um almoço nos jardins da Quinta da Casa Branca, recheados de flores exóticas e bananeiras, reforça a confirmação das qualidades da oferta gastronómica da ilha, mesmo sem dar exclusividade aos produtos madeirenses.

Para entrada, Foie Gras com Pistáchio acompanhado de RS Baga Blanc de Noir (Bairrada), seguida de Atum e Lavagante com Tamarilho acompanhado por 5ª do Lagar Novo (Lisboa), e Porco Ibérico e Leitão em texturas com Monte da Peceguinha (Alentejo). Para fechar, Parfait de Piñacolada acompanhado de Leacock 5ª (Madeira).

por Luís Canto

In «PressTur»