Foi na Casa da Madeira em Alberton que no serão de terça-feira, 16 de Abril, a Comunidade portuguesa reuniu-se para um jantar convívio com o secretário de Estado das Comunidades portuguesas, José Luís Carneiro.

SecretarioDeEstadoCasaDaMadeira

O apresentador da noite, comendador Gilberto Martins, deu as boas-vindas a todos os presentes e pediu depois que todos de pé pudessem acompanhar o artista Roberto Adão na entoação do hino nacional de Portugal, o único a ser cantado naquela noite.

A presidente da Casa da Madeira de Joanesburgo, Guida de Freitas, deu as boas-vindas a todos os presentes e agradeceu a participação das várias dezenas de pessoas que estavam no salão da colectividade. Agradeceu ao marido, Analido Henrique, a confecção da feijoada de marisco e apresentou a sogra de 95 anos de idade, presente ali na noite. Agradeceu igualmente à comissão da Direcção da Casa da Madeira o trabalho feito em conseguir organizar e levar a cabo o jantar.

A presidente pediu depois que a Comunidade apoiasse os clubes, sejam eles quais forem, que frequentam. A presidente da Casa da Madeira entregou depois ao secretário de Estado, José Luís Carneiro, a escultura de uma cabeça de elefante.

O secretário de Estado agradeceu e afirmou “gostava muito de ter esta linda escultura em minha casa, mas prefiro que fique aqui para ser apreciada por todos da Comunidade no Consulado-Geral de Portugal em Joanesburgo”, gesto que foi muito aplaudido.

A sopa, canja de galinha, foi servida e enquanto isso o cançonetista Roberto Adão entreteve os presentes com temas por ele interpretados.

O buffet do jantar foi aberto e os presentes na noite foram chamados, mesa a mesa, pa-ra se servirem.

Após a refeição, o comendador Gilberto Martins chamou ao palco a presidente da Casa da Madeira que falou sobre a iniciativa de se ter deslocado ao Hector Pieterson Memorial colocar uma coroa de flores e actuar com crianças do rancho da Casa Social da Madei-ra de Pretória. Como presente aos que participaram, a presidente decidiu levar os elementos à Região Autónoma da Madeira. Afirmou que o dinheiro para custear as viagens está angariado, mas que falta agora verba para a acomodação.

Foi depois dada a vez ao embaixador de Portugal, Manuel de Carvalho, discursar. “Boa noite a todos, a celebração esta noite, com toque madeirense, esta noite bem portuguesa. A todos muito obrigado por estarem aqui. Já é a terceira vez que temos o prazer da sua presença, o ano passado demos uma volta pelo país, fomos de carro a sítios onde ninguém ia há muito tempo. Depois, foram os 50 anos da Academia do Bacalhau e hoje está cá para a assinatura do protocolo sobre o ensino da língua portuguesa e assistir à entrega de bens para as vítimas do ciclone Idai, em Moçambique,de ajuda humanitária feita através da Academia do Bacalhau de Pretória. Gostava de dizer que há um sentido de união, congregação de esforços entre a Comunidade, que é um valor a realçar e a encorajar. Essa linha tem sido, aliás, um vector de trabalho da Embaixada que procurou sempre juntar as pessoas e por parte do Consulado-Geral também. É com esse sentido de união que vamos continuar a trabalhar”, afirmou o embaixador de Portugal.

O chefe da diplomacia portuguesa na África do Sul chamou depois ao palco o secretário de Estado das Comunidades. “Boa noite a todos, quero saudar-vos e desejar continuação de uma muito boa noite.

É um encontro muito especial esta noite. Quero agradecer à presidente Guida de Freitas, por aqui podermos estar e poder dizer que é talvez a mais bonita decoração que já vi nos últimos tempos. Estive em muitos lugares mas é difícil encontrar uma decoração com tanta energia e tão bonita.”

“A Comunidade portuguesa é o bom exemplo do que são os emigrantes no Mundo. Temos cerca 5,7 milhões de emigrantes em todo o mundo e a nossa Comunidade é bem acolhida em toda a parte do Mundo e desejamos que todos os outros emigrantes sejam bem acolhidos também. Esta nossa característica, desde o século XV, que deu novos mundos ao Mundo e somos vocacionados para o diálogo e coesão.

Aqui na Casa da Madeira, que faz este ano 600 anos da descoberta do arquipélago, um ano simbólico porque é uma das maiores diásporas portuguesas no Mundo, a madeirense. No dia 24 Julho estarei no encontro da diáspora madeirense.”

“Sublinho essa cooperação no apoio aos portugueses que regressados da Venezuela, procuram o bom acolhimento e os braços abertos. Na Guida de Freitas saúdo a comunidade madeirense e esta casa é um bom exemplo disso.”

“Saudação especial ao embaixador e cônsul-geral de Portugal, ao presidente do Camões, ao presidente da Academia-Mãe do Bacalhau, aos jornalistas da Comunicação Social que nos acompanharam o dia todo com o prazer da sua companhia, queria saudar-vos a todos pelo esforço meritório.

Estive no restaurante no al-moço num gesto de unidade e é pela unidade de esforços que queremos alcançar os resultados que desejamos.

Está dispersa a Comunidade nacional por todo o Mundo, essa é aliás a mensagem, transmitida pelo Presidente da República e pelo senhor primeiro-ministro, que os emigrantes onde quer que estejam, se sintam parte integrante de Portugal.”

“A terceira palavra que quero deixar hoje é sobre a realização de um encontro muito importante, o significado do qual é de extrema importância na defesa e promoção do Português na África do Sul. Abrimos a porta do ensino do Português garantido como oferta na África do Sul, em primeira fase aqui no Gauteng, desde o ensino básico ao ensino superior.”

O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, falou depois na participação do envio de ajuda humanitária para Moçambique, nesta sua quarta visita à África do Sul.

Afirmou que 25% dos turistas que visitam Portugal possuem ascendentes portugueses e que um enorme número desses 25% são de origem da África do Sul.

Garantiu aos presentes que é dever constitucional do Estado prestar ajuda aos portugueses no estrangeiro e informou que quem quiser regressar a Portugal, beneficia de 50% de descontos nos impostos de rendimentos durante um período de tempo determinado.

Houve depois um português que se levantou, exaltado e que afirmou que o secretário de Estado “é mentiroso. Porque que é que a TAP não voa para aqui? Há portugueses que têm que ir a meio Mundo para chegar à terra deles. O que é que o senhor já fez?”

O português visivelmente exaltado não quis escutar a resposta do secretário de Estado e saiu da sala Foi também escoltado a sair outro português bastante exaltado.

O secretário de Estado explicou que a privatização da TAP Air Portugal em 50% dita que não é o Estado que opta pelas rotas da companhia área de bandeira de Portugal.

Mostrou-se receptivo a interagir com os portugueses exaltados e prometeu levar o as-sunto ao Governo.

Desejou a todos uma boa Páscoa e pediu que os portugueses se mantivessem optimistas para depois das eleições gerais a 8 de Maio na África do Sul.

A noite foi encerrada com a mesa das sobremesas a ser aberta e com o convívio.

In «O Século de Joanesburgo»