Doze organizações, incluindo uma nos Açores, oficializaram a participação na campanha lançada pelo Conselho de Liderança Lusoamericano (PALCUS) para contar portugueses no Censo 2020, referiu a diretora nacional Marie Fraley.
A iniciativa “Make Portuguese Count”, lançada no final do ano passado, tem o objetivo de alertar os lusodescendentes de que podem escrever “Português” na linha em branco que será facultada no formulário do Census Bureau. O questionário final, que ainda não foi aprovado pelo Congresso, adiciona na alínea 7 a possibilidade de identificar a origem étnica.
“O PALCUS está a implementar uma estratégia em cinco fases nesta campanha nacional através do Comité de Contagem Completa”, afirmou Marie Fraley, avançando que este é “o primeiro comité nacional do género na história do U.S. Census Bureau”. Tal deve-se ao “alcance nacional” do PALCUS, explicou a responsável, visto que os outros comités de contabilização de origem étnica são tipicamente locais e regionais.
A campanha pretende chegar a “toda a audiência de 1.37 milhões” de residentes dos Estados Unidos que se identificaram como portugueses nas últimas sondagens do Census Bureau, entre 2012 e 2016, conduzidas através do American Community Survey. Essa contabilização no Censo 2020 atualizaria os números oficiais de lusodescendentes no país.
O PALCUS identificou 500 organizações que poderão entrar na campanha, que esperam poder chegar a uma porção ainda maior que a população identificada.
Entre as entidades que já foram confirmadas está a Associação dos Emigrantes Açorianos, que tem sede na Ribeira Grande (São Miguel), participação que se deve ao facto de uma grande percentagem de lusoamericanos ter origens nos Açores.
O Estado mais representado é, até agora, Rhode Island, com sete participantes: Fundação Faialense, Holy Ghost Brotherhood of Charity, The Academy of Codfish of New England, Rhode Island Day of Portugal, Knights of Cortes Reais, Portuguese American Women’s Association e Institute for Portuguese and Lusophone World Studies.
Entraram também duas organizações na Califórnia, o Estado que contabiliza mais lusodescendentes em todo o país, com a California Portuguese-American Coalition e a Portuguese Fraternal Society of America já confirmadas.
Em Nova Iorque está registado o Portuguese Circle e em Nova Jersey o Contacto-USA/MediaConsult.
A “parte mais importante” da campanha será o “envolvimento de vozes de confiança” nas comunidades, com porta-vozes que vão disseminar a informação pertinente.
Esta fase incluirá comunicação direta em eventos e mensagens em vídeo por parte de personalidades conhecidas entre os lusodescendentes. Marie Fraley considera que estas vozes terão o maior impacto a partir de 1 de abril de 2020, dia em que começa o recenseamento geral.
Para já está a decorrer a primeira fase, que consiste em chamar a atenção para a campanha e a sua missão. A resposta tem sido “muito positiva”, com “um alcance de mais de 87 mil pessoas nas redes sociais”.
O Comité seguirá depois para o alargamento da rede com incidência nas “comunidades de portugueses mais populosas” e a entrada de mais organizações afiliadas. “Estamos empenhados em conseguir consistência na mensagem e informação passadas à comunidade”, salientou Marie Fraley, “já que estamos a trabalhar diretamente com o U.S. Census Bureau”.