Comunidade na África do Sul volta a reclamar voo para a Madeira

EmigrantesInteressadosemVotar
Um voo direto entre a cidade do Cabo ou Joanesburgo e a Madeira; uma aposta seria e consistente no ensino língua portuguesa, uma maior desburocratização dos processos administrativos que levam tempo e dinheiro, programas de assistência a idosos sem direito a segurança social; e a possibilidade de participação nas eleições legislativas regionais de 2019. Estes são os desejos mais frequentes partilhados pelos madeirenses com quem nos cruzamos nos últimos três dias na Africa do Sul.


Alguns destes anseios foram expostos ontem ao Vice-presidente do Governo Regional pelo Conselheiro das Comunidades Madeirense baseado na Cidade do Cabo, Egídio Cardoso, que pediu também um maior envolvimento do Governo Regional com a comunidade.


Pedro Calado tomou nota no dia em que voltou a ouvir duvidas sobre eventuais alterações políticas que possuem resultar eleições sul-africanas do próximo ano. Ontem manteve reunião com empresários de menor dimensão e de sectores de atividade distintos dos anteriores, percebendo a existência de outro tipo de dificuldades. “São pessoas que estão um pouco mais sensíveis à influência que um apartheid negro na constituição de sociedade possa ter”, regista, admitido que possa haver um ou outro facto de instabilidade que, contudo, não afetará “pessoas muito habituadas ao trabalho e a superar dificuldades pontuais”.


Apesar dos receios, alimentados por rumores, os empresários manifestarem confiança num contexto de crescimento acentuado e de transformação social da Cidade do Cabo, que nos últimos dois anos passou de 5 milhões de pessoas para 7,5 milhões de habitantes. Uma cidade que apesar não estar tão famosa economicamente, já que o crescimento faz aumentar o consumo, mas tem também impactos a nível social, na segurança, no tráfego e no custo de vida, não gera debanda. Os emigrantes contactos admitem que tudo farão para permanecerem na África do sul.


Mesmo assim também manifestarem a Calado o desejo de terem uma ligação aérea direta entre África do sul e a Madeira. “Pediram-nos que fizéssemos contactos com a TAP com esse propósito “, refere. Atualmente, uma agente de viagens garante que o voo mais barato e confortável implica fazer uma escala em Luanda e Lisboa, em voos da SAA. Uma facilidade nas ligações aéreas faria a diferença, hipótese que querem ver aplicada a tempo das eleições regionais do próximo ano, para que possam ir votar, se não for possível exercer o mesmo direito no consulado.


Tamanha vontade foi expressa. “As pessoas acompanham diariamente o que se passa na madeira através da RTP Internacional e da edição digital do Diário e estão muito bem informadas e fazem questões sobre o processo eleitoral do próximo ano. Querem participar e fazem questão de votar, o que é muito bom também para que os governantes da Madeira sintam a responsabilidade de os acompanhar e de estarem próximos desta comunidade. Esta gente, alguma da terceira e quartas gerações, vai periodicamente à Madeira e tem investimentos na Região, sobretudo na aérea imobiliária e nos serviços. Há procura de informação e agora também um interesse na participação eleitoral, o que dá responsabilidade acrescida”, observa Pedro Calado.

In «Diário de Notícias da Madeira»