O cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo, Francisco-Xavier de Meireles, chegou a Durban na penúltima quinta-feira, dia 25 de Outubro, e sem perder tempo deu cumprimento ao programa de visita e reuniões, conforme o plano elaborado anteriormente.

ConsulGeralFRANCISCOXaier

Na sexta-feira visitou a Precool Cold Storage, de Manuel dos Anjos, em Hammarsdale. Este português chegou à África do Sul com quatro anos de idade e após completar os seus estudos académicos começou com negócios, sempre verificando quais as oportuni-dades que valia fazer investimentos de médio e longo prazos.

Identificou que havia uma grande procura para armaze-nagem em frigorífico de vários produtos para exportação, principalmente polpa de sumos de fruta, assim como fruta. A polpa de sumos de fruta é feita durante todo o ano sendo embalada em bidões propriamente identificados e com uma rotação devidamente controlada. Sazonalmente outros produtos, especialmente fruta, sendo necessário empregar pessoal temporário.

A procura deste tipo de armazenagem continua e o nosso conterrâneo está a expandir a área de armazenagem. Sendo produtos alimentares é necessário os devidos certificados/requirementos para que possa satisfazer as autoridades locais, assim como dos países que os produtos são exportados, tais como política e objectivos de qualidade com certificados ISO.

Manuel dos Anjos tem grande confiança no futuro da África do Sul, continua optimista a trabalhar com a sua equipa de colegas e funcionários, demonstrando uma notável motivação e orgulho no trabalho que desempenham.

Em seguida foi feita uma visita à fábrica de Benardino Dias em Hammarsdale, chamada Deltex Narrow Weavers. Após se ter aposentado decidiu montar esta pequena fábrica devido à especialidade e tecnologia destes dois produtos, fita de cortina e correias para alças de bolsas. Tem seis linhas de produção para fazer a tecelagem da fita de cortina e das correias para alças de bolsas. As máquinas das linhas de produção foram importadas da China, todavia várias melhorias e alterações foram feitas por Benardino dias, com o objectivo de aumentar a productividade.

Mais alterações para mudar as seis linhas para produzir automaticamente. Com o treino adequado, reduziu o pessoal resultando em melhorias contínuas na produção. Esta fábrica opera com três turnos, sete dias por semana e com sete operários.

A matéria prima é importada da China. Depois da tecela-gem da fita de cortina nos tea-res, estas são submetidas a um sistema de imersão numa goma líquida que seca instantaneamente.

Presentemente a produção consiste em 80% de fita de cortina e 20% de correias para alças de bolsas.

As vendas são na África do Sul e no Zimbabwé, com a possibilidade de exportação para outros países.

Durante a tarde de sexta-feira foi prestada uma visita ao relvado Ndongeni no Royal Natal Yacht Club, onde se encontra em progresso a restauração do monumento Vasco da Gama, relógio e fontenário. Depois de uma prolongada consulta com o município de eThekwini, o Amafa KwaZulu-Natal e com a do governo provincial, a autorizacão foi concedida para o projecto de restauração.

Iniciando-se em Agosto de 2016, sendo empreendido por um grupo de membros do clube, usando as suas habilidades, recursos e talentos colectivos. A maioria da restauração está quase terminada e a beleza e magnificência podem ser admiradas pelos cidadãos e visitantes a Durban, assim como pelas gerações futuras.

Todavia, para completar o projecto de restauração, o Yacht Club e os membros estão a necessitar de assistência para o financiamento do projecto, a fim de garantir que a alta qualidade da restauração possa ser realizada. O “status” corrente deste projecto é a instalação dos dragões, corujas e emblemas.

Seguindo-se as secções intermédia e superior, fabricação e instalação do relógio e do fontenário e das partes básicas que faltam. Finalmente o sistema de luz e segurança.

Durante a visita estiveram presentes os “comodoros” Graham Rose e Andy Brown, Steve Cawdron, Willy Vandeverre, do Studio Fore, e Manuel de Sousa, que explicaram ao cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo a restauração, assim como um manual com detalhes do projecto.

O cônsul-geral, acompanhado pelo cônsul honorário visitaram as instalações do VFS Global, onde são feitas as aplicações para os vistos Schegen. A encarregada mos-trou as instalações, tendo Francisco-Xavier de Meireles ficado muito impressionado com a organização e instalações.

No sábado visitou o Centro Comercial La Lucia, onde teve a oportundade de se encontrar com os proprietários José Luizinho e Lionel Luizinho do Food Lovers Market.

Visitou as diferentes secções deste supermercado onde pode verificar os produtos que são disponíveis para os consumidores locais, portugueses e sul africanos.

Depois seguiu para a sede da APKZN onde esteve presente no almoço mensal dos Amigos da Caldeirada. À chegada cumprimentou vários membros da comunidade que estavam presentes para partilhar no almoço.

O presidente dos Amigos da Caldeirada, Rob L’Homme, deu as boas vindas a todos e enalteceu a presença do cônsul-geral. O cônsul honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, deu as boas vindas ao cônsul-geral e agradeceu a sua intervenção em organizar a máquina electrónica para imitir o cartão de cidadão em Durban, pois são imensas as vantagens que os cidadãos portugueses não têm de se deslocar a Joanesburgo par a emissão do mesmo.

Em seguida usou da palavra o cônsul-gereal, Francisco-Xavier de Meireles que agradeceu a presença de todos no convívio dos Amigos da Caldeirada.

Continuou enaltecendo que os portugueses têm uma grande influência na economia da África do Sul, mas po-dem contribuir ainda mais se algumas das firmas industriais portuguesas oferecessem treino a membros da nova geração sul africana, podendo assim dar mais vantagens e possibilidades de emprego. Reconhece que existem dificuldades e salientou que devemos utilizar problemas como oportunidades e sermos parte da solução e não do problema.

Terminou desejando a todos muitas flicidades.

No final do almoço cumprimentou todos os presentes e trocou impressões, regressando depois a Joanesburgo.

In «O Século de Joanesburgo»