O secretário de Estado das Comunidades disse que existem 18 mil empregos para portugueses que queiram sair da Venezuela e regressar a Portugal. José Luís Carneiro está novamente de visita ao país.
O secretário de Estado das Comunidades José Luís Carneiro garantiu que existem 18 mil postos de trabalho disponíveis para receber portugueses e luso-descendentes que queiram sair da Venezuela e regressar a Portugal. Em declarações à TSF, o secretário de Estado explicou que as oportunidades de emprego estão abertas a todos aqueles que tenham como intenção voltar a Portugal ao abrigo do programa ISP Venezuela, que deve ser apresentado nos próximos dias.
José Luís Carneiro, que está durante esta semana a visitar mais uma vez a comunidade portuguesa na Venezuela, lembrou que os apoios do Estado português aos cidadãos a viver no país sul-americano também estão disponíveis na área da saúde. Na semana passada foi anunciado que o Governo português chegou a acordo com o executivo venezuelano sobre o tipo de apoio que pode ser prestado aos portugueses afetados pela crise no país – até aqui, a ajuda chegava à Venezuela de forma discreta e via embaixada e rede consular mas agora vai passar a estar associada a um projeto específico, o Projeto Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social.
Nos últimos três anos, com a colaboração da indústria farmacêutica, do Infarmed e do Ministério da Saúde, Portugal fez entrar milhares de embalagens de medicamentos na Venezuela. Com o Projeto Rede Portuguesa de Assistência Médica e Social, que será coordenado pela Associação de Médicos de Origem Luso-Venezuelana (Asomeluve), o objetivo é abrir cinco postos, em cinco cidades venezuelanas, para “fazer o encaminhamento de remédios e serviços de saúde e apoio a quem não tem meios”, disse ao jornal Público Adérito de Sousa Ferreira, presidente da Asomeluve. O objetivo da associação é “ser porta-voz destas pessoas, que são cidadãos portugueses, perante as autoridades portuguesas”.
A associação vai promover o tratamento das pessoas no país, mas, quando isso não for possível, os doentes podem ser encaminhados para Portugal. O repatriamento pode acontecer tanto por motivos de saúde como de carência e não terá qualquer custo para portugueses e luso-descendentes. Os secretários de Estado das Comunidades e do Emprego estão também a fazer um levantamento a nível nacional da mão-de-obra necessária para garantir emprego aos portugueses e luso-descendentes repatriados.
José Luís Carneiro falou ainda à TSF sobre o caso do engenheiro luso-descendente que foi esta segunda-feira assassinado em Caracas por vários homens armados e por motivos que ainda não são conhecidos. O secretário de Estado disse estar a par da situação e revelou a total disponibilidade do Governo português para apoiar a família.