Crise agravada na Venezuela leva Jorge Carvalho a Lisboa

jorge carvalho

O secretário regional Jorge Carvalho, que tem a tutela das Comunidades no Executivo madeirense, reúne-se amanhã com o secretário de Estado José Luís Carneiro, em Lisboa. O encontro tem tudo a ver com o agravamento da situação em terras venezuelanas e surge antes da nova deslocação oficial a Caracas.
A deslocação do secretário de Estado das Comunidades, prevista para os primeiros dias de outubro, foi anunciada em Nova Iorque, onde o ministro português dos Negócios Estrangeiros se encontrou com o seu homólogo venezuelano a propósito da detenção de portugueses e lusodescendentes gerentes de supermercados na Venezuela, a maioria originária da Madeira.


CARNEIRO CHAMA CARVALHO
Precisamente para preparar a nova incursão a Caracas, o JM apurou que o secretário de Estado das Comunidades agendou para amanhã, em Lisboa, uma reunião com Jorge Carvalho, o governante madeirense com a tutela das Comunidades.
O nosso jornal está também em condições de confirmar que José Luís Carneiro e Jorge Carvalho têm estado em contacto regular, longe dos holofotes da Imprensa, sobretudo devido ao regresso intempestivo de milhares de luso-venezuelanos para a Região Autónoma da Madeira.
O encontro de amanhã em Lisboa terá como pano de fundo o problema mais recente numa Venezuela que não para de surpreender pela negativa: a detenção de 34 gerentes de duas cadeias de supermercados, a maioria madeirenses, no final da semana passada.
As famílias envolvidas vivem momentos de grande tensão e preocupação, face a mais este contratempo num país cada vez mais desgovernado. As detenções ocorreram em pelo menos duas grandes redes de supermercados – Central Madeirense e Excelsior Gama – ambas propriedade de empresários madeirenses.
Interrogado sobre a saída de portugueses e lusodescendentes da Venezuela, o ministro referiu que “não tem aumentado” e que a estimativa do Governo é que nos últimos dois anos “cerca de dez mil” tenham abandonado o país, “metade para Portugal, continente e, sobretudo, Região Autónoma da Madeira, e outros cerca de cinco mil para países limítrofes, o Panamá, o Brasil, a Colômbia”.
“Agora, o que mais nos preocupa hoje é a situação daqueles que estão na Venezuela, não daqueles que saíram. Na Madeira têm sido integrados de forma exemplar, no continente português também, nos países limítrofes nós não temos relatos de portugueses em dificuldades”, acrescentou.


6 MIL DE REGRESSO À MADEIRA
Os números apresentados pelo ministro Augusto Santos Silva poderão estar ligeiramente desatualizados. Segundo o JM apurou, só em relação à Madeira o número de regressados já ultrapassou os 6 mil, sendo que 4 mil já estão devidamente inscritos na Segurança Social.
O outro dado relevante é que cerca de mil crianças ou jovens estão matriculados dos diferentes níveis de escolaridade obrigatória, Nesta Região Autónoma.

In JM - Edição impressa