Próximo ano letivo trará novidades um pouco por todo o mundo.

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Em França, a Coordenação iniciou, em 2017-2018, o ensino do português em duas secções internacionais, uma no Collège Vauban, em Estrasburgo, outra no Collège Lucien Cézard, em Fontainebleau. “Em setembro vai abrir uma secção internacional em Bry-sur-Marne, na periferia de Paris, onde há uma fortíssima comunidade portuguesa e onde os cursos EILE estão bem implantados no ensino primário, e isto é uma continuidade extremamente importante”, sublinhou Adelaide Cristóvão à margem do Encontro.

Já em Espanha, a grande novidade será a assinatura do memorando de entendimento entre o Camões, I.P. e a Comunidade Autónoma de Castela e Leão. “Estamos nas últimas etapas de negociação, demos um salto qualitativo e já conseguimos chegar a um texto final. Se tudo correr bem em setembro ou outubro assinaremos o memorando”, revelou Filipa Soares. O português já é ensinado como língua estrangeira naquela região autónoma, mas passará a sê-lo de uma forma mais abrangente. “E, sobretudo, o estatuto da língua, ainda que integrado no sistema, passa a ser mais valorizado”, acrescentou.

No Luxemburgo, onde a língua portuguesa foi ensinada a 2.800 alunos por 25 professores em 2017-2018, no próximo ano letivo a tendência será de chegar a cerca de 2.900 alunos, desde o pré-escolar ao ensino superior, avançou Joaquim Prazeres. Haverá ainda reforço em algumas modalidades de ensino. “Para além do ensino complementar, o paralelo é outra das modalidades que estamos a trabalhar para reforçar, com o aumento do número de inscritos e a diversificação dos locais. E estamos a apostar no ensino secundário. É uma aposta que até aqui não tem sido feita”, explicitou.
Um primeiro passo está a ser dado em liceus de prestígio no Luxemburgo, como é o caso do Liceu Vauban, uma escola privada.
“O nosso objetivo é ‘entrar’ nos liceus e sensibilizar a comunidade e os alunos que estão neste momento no ensino secundário, para a importância do português. E criar o gosto pela aprendizagem do português no Luxemburgo”, referiu ainda, revelando que o ensino do português a nível secundário, como atividade de opção, será oferecido em quatro liceus do país, no ano letivo que se inicia em setembro.

Nos EUA, onde há 18 mil alunos a aprender português, nos níveis básico e secundário e cerca de 9.500 no superior, o desafio para 2018-2019 está no ensino público. “Queremos integrar o mais possível o português no curriculo americano e para isso temos de apostar em memorandos de entendimento com os distritos escolares e com os departamentos de educação”, avançou João Caixinha.

E na Austrália, onde o ano letivo só termina em dezembro, o foco esteve na ‘estabilização’ das escolas, disse a coordenadora do EPE naquele país. “Recentemente abrimos cinco novas escolas e atualmente em todos os estados da Austrália há uma escola de língua portuguesa. A ‘estabilização’ dessas escolas passa pelo financiamento estadual, ou seja, a Coordenação de Ensino e os professores concorrem a bolsas atribuídas pelo Estado australiano e todas as escolas neste momento têm financiamento”, explicou Susana Teixeira-Pinto.
Os números mais recentes apontam para 650 alunos, nos ensinos básico e secundário, “mas com perspetivas de crescermos para os próximos anos, já que temos uma grande associação de professores, que reúne docentes portugueses, brasileiros e timorenses”, defendeu.

In «Mundo Português»