Não me ficaria bem manter-me indiferente ao que se passou no Fórum Madeira Global 2018 e gostaria de parabenizar todos os intervenientes pelo dito sucesso do mesmo, resultado dum projeto do GR, mas também, se me dão licença, já agora, permitam-me alertar uma vez mais para a situação de madeirenses na Diáspora que vivem horas de verdadeira amargura, com alguns casos de pobreza gritante.
Em março de 2018, sugeri que fossem abordados temas como a dupla tributação, expropriação das terras sem compensação, atribuição dos subsídios do ASIC e ASEC aos nossos conterrâneos em situações de indigência fácil de aquilatar e mais grave a ligeireza com que são abordados estes temas sem decisões para minorar o sofrimento dessas pessoas que a sorte não as bafejou, mas pior, menosprezando-as, pois não interessa perder tempo com “pobretões”, é preferível falar dos envelopes para as eleições de 2019 o quais não é preciso selo... assim como as inscrições consulares para que os políticos (?) olhem e oiçam melhor os anseios da comunidade o que parece ser uma chantagem para extorsão de votos. Para quando uma redução no custo dos passaportes e Cartão do Cidadão para pessoas idosas sem meios de sobrevivência ou de pensões de “fome” que lutam pela sobrevivência que na maior parte dos casos conduz ao sofrimento atroz e inevitável, à exclusão social e morte.
Porque atribuir medalhas a pessoa exposta em casos de ações inconvenientes e ilegais que fizeram perigar a saúde pública sem que houvesse uma consulta com os Conselheiros da Diáspora, pois a sua atribuição originou críticas a quem as atribuiu e também aos proponentes onde uma autoridade consular manifestou a sua “preocupação” com o desfecho deste caso que será levado à barra dos tribunais.
Alguns madeirenses muito e justamente preocupados com a situação das ligações aéreas e marítimas entre a Região Autónoma e o Continente com o GR a se bater na busca de uma solução para os residentes da RAM. Tudo muito bem, tudo muito certo.
E que pensam os nossos governantes e os nossos conterrâneos dos madeirenses que vivem na África do Sul, que ao fim de 49 anos se viram privados da sua companhia aérea, a Tap-Air Portugal e que agora, para alcançar o Funchal ou mesmo Lisboa, obrigatoriamente, têm de passar por um destes locais nomeadamente Frankfurt, Zurique, Londres, Paris, Barcelona, Madrid, Roma, Berna ou mesmo Dubai. Onde existe a solidariedade com os compatriotas e conterrâneos residentes na África do Sul? Desde o Fórum Madeira Global 2017 nunca mais ouvimos falar do “assunto da Tap” fazendo crer que a Tap deixou de voar ou a comunidade deixou de existir...
Não é fácil fazer um percurso de de 8. 190,51 kms para idosos, invisuais, crianças, pessoas com dificuldade de locomoção e depois ter de se andar nas balburdias de aeroportos até chegar a Lisboa ou ao Aeroporto Cristiano Ronaldo.
Sempre disse que não é bom ser Português sem Portugal como também não é bom ser Madeirense sem a Madeira.