Número de emigrantes da Venezuela continua a crescer

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Nos últimos meses a situação que se vive na Venezuela fez com que muitas pessoas, na sua maioria lusodescentes, procurassem refúgio na Região, alguns pelas ligações que têm á terra e outros pelo apoio que conseguem cá, seja por parte de familiares e conhecidos ou mesmo do Governo e outros órgãos, tais como associações.
A inflação vivida na Venezuela atingiu níveis catástrofes, existindo milhares de pessoas que vivem abaixo de limiar da pobreza, desprovidos de qualquer serviço básico de saúde e vive-se num clima de muita contestação e violência.
Todos os dias milhares de pessoas tentam sair do pais, fugindo á fome, á procura de uma vida melhor noutro lugar. No entanto, sair do pais não e barato e existem muitas barreiras, uma vez que os preços das viagens são elevados e porque a nível burocrático é caro e lento conseguir o passaporte. Uma das alternativas tem sido a emigração ilegal por via terrestre para os pais vizinhos, tais como o Peru, Colômbia, Equador e Brasil.
Para o Alejandro Mena, advogado luso-venezuelano que vive na Região, “os efeitos relativos á emigração em anos recentes” devem se a uma crise na Venezuela não recente, mas sim de longa data, sendo a emigração um efeito recente desse arrastar da situação.
Os que procuram a Madeira como destino de fuga, em geral possuem ligações á ilha, família e amigos. No entanto, para a realização da viagem são necessários quantias avultadas, apenas alcançáveis para aqueles que tem grande poupanças ou então que contam a ajuda de familiares e amigos residentes na Região.
No regresso, alguns possuem terras e casas, mas outros chegam na esperança de conseguir alguma ajuda seja por parte de familiares ou amigos, ou a nível institucional, Governo e associações.
A nível de apoio social, as associações como o Banco Alimentar referem que cada vez mais de necessidade de ajudar famílias provenientes da Venezuela e que os pedidos de ajuda continuarão a crescer nos próximos tempos.
O número de emigrantes que chega a Madeira cresce a cada mês que passa e as previsões apontam para continuação desde crescimento. O que cada vez se torna mais visível, pela presença dos mesmo em vários sectores de emprego, principalmente restauração e hotelaria. No entanto, e como o Diário apurou junto de alguns emigrantes, esses referem que o serviço prestado pelo SEFF (Serviços de Estrangeiros e Fronteiras) é lento, muito pelo excesso de pedidos que chega a instituição.
No entanto Alejandro Mena acrescenta,” não acredito, nem quero acreditar que estejam a ser colocados barreiras ao fluxo migratório.” O que vai ao encontro do que foi dito pelo Governo quando a esta situação. As estimavas apontam para a Região já tem recebido mais de 5 mil emigrantes, mas a tendência é para o aumento do mesmo, por não existir uma previsão de melhoria da crise que se faz sentir na Venezuela.

 

In «DN»