Teve lugar, no passado dia 30 de Julho, o Fórum Madeira Global, do qual resultaram as seguintes conclusões

ConclusoesForumMadeiraGlobal

I

O Fórum Madeira Global destaca a assinalável participação dos nossos emigrantes e seus descendentes e de todos os interessados no fenómeno das migrações e das comunidades madeirenses, nesta edição de 2018.

II
Foi assinalada a importância de envolver a diáspora madeirense nas comemorações dos 600 anos do Descobrimento do Porto Santo e da Madeira, enquanto extensão universal desta Região arquipelágica.

III
Importa continuar a valorizar o maior encontro anual dos madeirenses que vivem longe da sua terra, sendo sugerido que se assinale o final das comemorações, em 2020, com a realização de um “Grande Encontro da Diáspora – 600 anos”.

IV
O Fórum Madeira Global considera que, paralelamente, é de toda a pertinência levar estas celebrações aos madeirenses que residem fora do arquipélago, através de uma mostra da “madeirensidade”, para a qual muito contribui toda a Diáspora. Esta mostra itinerante ligará as principais cidades de destino da nossa emigração.

V
O Fórum, reconhecendo a unicidade da cidadania portuguesa, consagrada na Constituição, que perfilha a existência de comunidades regionais com especificidades sociais, culturais e económicas, evidencia a urgência de consagrar a qualidade de cidadão madeirense, permitindo a extensão do direito de voto, nas eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, aos cidadãos madeirenses residentes fora do território da Região, através da proposta de alteração à respetiva Lei Eleitoral e ao Estatuto Político-Administrativo.

VI
A participação política e cívica na vida das comunidades de acolhimento é marca da plena e adequada integração dos madeirenses nessas comunidades e é reveladora da qualidade e grandeza dos nossos emigrantes e dos seus descendentes. Nessa linha, o Fórum congratula-se pela eleição do madeirense Diogo Rodrigues para Mayor de Bridgewater e de Carlos Castro como Mayor de Crawley, municípios onde reside uma relevante e dinâmica comunidade madeirense no Reino Unido.

VII
Tendo em conta os exemplos enunciados anteriormente, o Fórum exorta todos os madeirenses e seus descendentes espalhados pelo mundo a uma maior participação cívica e política, uma vez que contribuirá para a coesão, prestígio e proteção das nossas comunidades.

VIII
O Fórum volta a manifestar à comunidade madeirense radicada na Venezuela, país que atravessa uma complexa crise política, económica e social, a sua solidariedade incondicional, reconhecendo a cooperação exemplar existente entre os Governos Regional e da República, tal como sustentou o Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. O Fórum deposita esperança na continuação desse compromisso de ajuda aos que se encontram a viver naquele país, bem como a todos os que entendam regressar.

IX
O Fórum saúda a Associação de Médicos Luso-venezuelanos – Assomeluve, que vai pôr em marcha uma rede médica portuguesa, em cinco pontos geográficos distintos, para atender às necessidades prioritárias de saúde dos nossos compatriotas residentes na República Bolivariana da Venezuela.

X
As organizações sociais revelam o profundo espírito altruísta, humanista e solidário dos nossos concidadãos e contribuem para minorar muitas situações de sofrimento que afetam alguns dos nossos conterrâneos. Reconhecendo a importância e a oportunidade dos apoios pecuniários concedidos pelo Governo Regional, o Fórum solidariza-se com o apoio dado ao Lar Padre Joaquim Ferreira e ao Centro Geriátrico de Maracay, aquando da recente visita do Secretário Regional de Educação àquele país.

XI
O Fórum Madeira Global enaltece a atividade de todo o universo associativo madeirense espalhado pelo mundo, através de dezenas de instituições de carácter social, cultural e etnográfico que, ao desenvolverem ações e iniciativas de promoção da nossa cultura, assumindo-se como uma espécie de “guarde-memoire”, mantêm vivas as tradições e os valores madeirenses. Foi salientado que o ensino da Língua Portuguesa, cá e lá, é fundamental para reforçar os laços identitários e afetivos entre todos os madeirenses, os que partiram e os que ficaram.

XII
O Fórum considera ainda que devem ser redobrados os esforços das administrações nacional, regional e local, materializada já no apoio disponibilizado pelo Centro das Comunidades Madeirenses e Migrações, a chamada “via verde”, no sentido de encontrar soluções para situações de excecionalidade, que vise a reintegração de emigrantes que regressem à Madeira, com especial atenção para o reconhecimento/validação das competências académicas e profissionais dos jovens que pretendem a continuação de estudos e/ou ingresso no mercado de trabalho.

XIII
Nesse sentido, no caso da medicina, em que se verifica maior dificuldade no reconhecimento da formação académica, já foi enviado um documento do Governo da República às Faculdades de Medicina e à Ordem dos Médicos, para acelerarem o processo, dado que o país tem necessidades desses profissionais.

XIV
Por fim, o Fórum saúda e ovaciona a ordenação episcopal do D. José Tolentino Mendonça, que foi o conferencista na edição de 2017 do Fórum Madeira Global, com uma brilhante dissertação sobre a Madeira, a cultura e a religiosidade.