“Devemos olhar com orgulho para as nossas comunidades e valorizar aquilo que têm e continuam a fazer pela Madeira”. Essa foi uma das conclusões do I Especial informação dedicado ao Dia da Região e às comunidades Madeirenses, um programa promovido pela 88.JMFM.

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A frase é do diretor regional das Comunidades, que juntamente com presidente da câmara da Calheta e um comendador na Africa de Sul, participou neste primeiro encontro que decorreu ontem na Praceta 24 de Junho, na vila da Calheta.
“Ninguém vive os nossos valores e as nossas tradições tão instantemente como nossos emigrantes,” salientou Sancho Gomes, acrescentado que “quem quiser regressar será bem acolhido”.
O diretor regional referia-se especialmente aos emigrantes que se encontram na Venezuela, em situações complicadas.
Segundo o responsável, cerca de 4.000 emigrantes regressaram nos últimos dois anos, sendo expetável “um regresso continuando ao longo do tempo, durante muito tempo”.
Deveremos, por isso, estar preparados para um aumento de pressão nos vários serviços públicos nomeadamente na área da saúde, no sistema educativo e na segurança social.
Só no instituto de Emprego da Madeira inscreveram-se cerca de 1.000 pessoas provenientes da Venezuela. Não obstante, Sancho Gomes realçou que são “pessoas que vêm com vontade de trabalhar”, “muitas delas empreendedoras “ e que “têm condições para favorecer o desenvolvimento social e económico da Região”.
Já em relação aos mais novos, o diretor transmitiu que 660 alunos inscreveram-se nas escolas da Região, sendo essa mais-valia para a comunidade madeirense. “Mantemos pessoas no ativo e mantemos escolas abertas,” sublinhou, precisamente num dia em que extinções e fusões de estabelecimentos de ensino estiveram no centro atenções.
Venezuelanos Regressam á Calheta
O presidente da Câmara da Calheta fez questão de enaltecer a importância que os emigrantes tiveram, e que continuam a ter, no desenvolvimento do concelho.
Aos conterrâneos, Carlos Teles deixou uma palavra de esperança e otimismo. “Estamos dispostos a devolver o apoio que nos deram no passado “, e “estamos cá para o que der e vier”, garantiu o autarca, que admitiu receber, todas as semanas no seu gabinete, conterrâneos da Venezuela.
“Já recebi famílias inteiras e elas ficam gratas só por tê-las recebido “, prosseguir, lembrando que em primeiro lugar são pessoas que “precisam de “colo” e de um abraço “ e que, depois, precisam de ser orientadas para os serviços necessários e de ser apoiadas dentro daquilo que for possível.
Muitos precisam de uma pequena ajuda com matérias de construção e outros “vêm com uma mão á frente e outra atrás”, salientou, alertado ainda que “as instituições públicas têm termos burocráticos, que é o que as pessoas mais se queixam”, nomeadamente quando se trata de cartas de condução ou de certificada de habilitações literárias.
Africa do Sul em “Má Fase”
Mas as dificuldades não se limitam á população emigrada na Venezuela.
Neste I Especial Informação, ficamos a conhecer um pouco mais realidade vivida pelos nossos emigrantes na Africa do sul.
Ivo de Sousa, natural da Lombada dos Marinheiros, Fajã da Ovelha, foi o convidado especial para o nosso programa. O comentador salientou que a situação na Africa do Sul “nunca foi tão preocupante como agora”, sobretudo no que segurança.
“Há coisas inscreveis: matam as pessoas por 10 ou 20 rands”, transmitiu, salientando ainda a desvalorização da moeda. “ A comunidade está a passar por uma fase muito má”, lamentou, acrescentado ainda que os emigrantes foram “esquecidos pela TAP”, que deixou de fazer voos direitos para a Madeira.

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