Mais conhecimento sobre o número e localização dos lusodescendentes de forma a suportar melhores políticas públicas e privadas nesta área é um dos objetivos do primeiro fórum dedicado às gerações seguintes da diáspora, na quarta-feira em Lisboa.

LusodescendentesLisboa

O Fórum Luso-Estudos é organizado pelo Observatório dos Luso-Descendentes (OLD) e contará com a participação de investigadores e estudantes, políticos, responsáveis de entidades públicas, empresários, gestores e representantes da comunicação social nacional e da diáspora.

Os organizadores referem que “a diáspora portuguesa, que integra várias gerações”, é hoje “mais visível”.

“Dando continuidade a um relacionamento mantido entre Portugal e os diferentes países de destino, os lusodescendentes constituem prova viva que, se por um lado as migrações são transgeracionais, por outro se mantém viva a ligação ao país e à cultura portuguesa”, considera o Observatório.

No entanto, predomina a investigação sobre a primeira geração de migrantes, diz a associação, que considera que “se justifica a necessidade de promover estudos sobre as seguintes”.

Segundo o Observatório, é escasso o conhecimento sobre os lusodescendentes (os descendentes dos emigrantes portugueses até à terceira geração) -- há estudos que apontam para cinco milhões de pessoas e outros que referem 30 milhões.

“Um melhor conhecimento sobre o seu número, localização e características poderá conduzir ao estabelecimento de uma política adequada para que a ligação com Portugal se mantenha e fortifique”, defendem os organizadores do Fórum.

De acordo com o OLD, o encontro também pretende “ultrapassar fronteiras, fazer confluir interesses e criar redes interativas de cooperação entre universidades, centros de investigação e investigadores portugueses e estrangeiros, que se interessem sobre a lusodescendência” e disseminar os resultados entre a sociedade civil, instituições públicas e privadas, empresários e investidores.

Durante o Fórum, está prevista a apresentação de várias investigações, realizadas em universidades portuguesas e no estrangeiro, com temas como a “produção cultural dos emigrantes portugueses em França”, “um bairro onde se fala português em Montreal”, “Portugueses pelo Mundo -- a retórica de sucesso”, “lusodescendentes regressados em Portugal”, “representações da emigração na literatura portuguesa” ou “nas redes sociais -- caso do filme A Gaiola Dourada”.

O Observatório dos Lusodescendentes foi lançado em 2010 e tem entre os seus objetivos “quantificar e qualificar” os descendentes dos emigrantes.

In «Diário de Notícias da Madeira»